A Igreja Católica advertiu na terça-feira que a Bolívia corre risco de viver situações de “dor e morte”, caso não encontre uma solução para as disputas políticas relacionadas à mudança constitucional e à demanda por autonomia regional.

A advertência acontece em meio a uma crescente tensão entre o governo do presidente esquerdista Evo Morales, que pretende impor uma Constituição “plurinacional”, e a oposição conservadora, que defende referendos regionais de autonomia a partir de maio.

Os 40 bispos católicos bolivianos disseram que é urgente dar um fim ao clima de enfrentamento interno e pediram ao governo de Morales e à oposição para apostar no diálogo, em vez de continuar com a guerra de insultos e ameaças que deixou o país à beira da violência.

“Estamos muito preocupados com o distanciamento entre as regiões, classes sociais e etnias e com a polarização ideológica…que pode resultar em confrontos de consequências imprevisíveis de dor e morte”, afirmaram os bispos em comunicado, no fim de uma assembléia na cidade de Cochabamba.

“A situação está piorando perigosamente”, acrescentaram eles, assinalando que é o governo, não a igreja, quem deve estabelecer um diálogo nacional que evite que os referendos sobre autonomia convocados a partir de maio levem a uma crise de Estado.

Sem precisar os próximos passos, os bispos –que nos últimos dias se reuniram com Morales e com os governadores que impulsionam as autonomias– anunciaram que continuarão os esforços para que seja alcançado “um pacto social tão desejado e esperado por nosso povo”.

Fonte: Reuters

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