A Igreja católica argentina criticou duramente o governo de Nestor Kirchner nesta quinta-feira por permitir o aborto de uma jovem deficiente mental de 19 anos que havia sido estuprada, em um novo capítulo da briga entre as autoridades argentinas e a instituição religiosa.

“Matar é desumano. Quando quem mata é o governo, perde-se toda a credibilidade, e morre a democracia”, denunciou em comunicado o Secretariado Nacional para a Família, um organismo laico que depende da Conferência Episcopal Argentina (CEA).

O comunicado foi publicado depois de o ministro da Saúde argentino, Ginés González Garcia, ter facilitado o transporte da jovem da província de Entre Rios (centro-oeste) a um hospital publico da cidade de Mar del Plata (400 km ao sul de Buenos Aires), onde foi praticado o aborto.

Após vários recursos judiciais que atrasaram a intervenção de tal forma que a gravidez chegou a quatro meses, a Corte Suprema de Entre Rios acabou autorizando a cirurgia.

Entretanto, médicos de Paraná, a capital da província onde reside a jovem, que tem uma idade mental de cinco anos, se recusaram a praticar o aborto por considerar que a gravidez já estava avançada demais e por motivos de consciência.

Com apoio do ministro da Saúde, a jovem foi levada para Mar del Plata, onde o aborto foi realizado num hospital público.

A lei argentina só autoriza o aborto quando a mulher corre risco de morte ou quando a gravidez “provém de um estupro cometido contra uma mulher deficiente mental”, e exige o consentimento de um represente legal para praticá-lo.

Fonte: AFP

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