Dias antes do papa Bento 16 chegar a Sydney, um caso de abuso sexual de 25 anos atrás, envolvendo um padre de Sydney, foi reaberto pela Igreja Católica depois que um cardeal australiano negou ter acobertado o abuso.

As vítimas do abuso na Austrália exigem que o papa peça desculpas publicamente durante sua visita para o Dia Mundial da Juventude, cujas comemorações vão de 15 a 20 de julho.

O Vaticano afirmou esperar que o papa, que chega a Sydney no domingo, aborde a questão, mas não confirmou se ele vai ou não pedir desculpas.

O papa também se deparou com a questão do abuso sexual durante sua visita a Washington, em abril. Ele se encontrou com as vítimas e prometeu manter os pedófilos longe do sacerdócio.

O grupo Broken Rites (Ritos Quebrados), que representa as vítimas na Austrália, tem uma lista de 107 condenações de abuso sexual na Igreja, mas diz que o número verdadeiro de casos é ainda maior, já que poucos levam a questão ao tribunal.

As vítimas dizem que a Igreja Católica na Austrália continua a acobertar os casos de abuso do clero, apesar de ter pedido desculpas pelo último caso e ter oferecido compensação. A Igreja nega a acusação.

O cardeal da Austrália, George Pell, negou na terça-feira ter enganado Anthony Jones, que alegou ter sido abusado por um padre. Em 2003, o cardeal escreveu uma carta a Jones, rejeitando suas acusações porque não havia nenhuma outra reclamação em relação àquele padre.

Pell escreveu a outro homem no mesmo dia, sustentando a defesa ao mesmo padre.

O padre abdicou de sua posição e, em 2005, foi condenado por assédio sexual a Jones, caso ocorrido em 1982.

Na sexta-feira, Pell reabriu o caso, para uma revisão independente. Pell é chefe da Igreja Católica na Austrália.

O sistema da Igreja Católica para lidar com o abuso sexual na Austrália é chamado de “Cura” e não só envolve a investigação das denúncias, como o aconselhamento das vítimas.

As vítimas de abuso pretendem protestar junto com um grupo chamado “No Pope”, que distribuirá camisinhas em protesto contra a doutrina da Igreja e aos esforços de segurança policial durante a visita do papa.

Fonte: Reuters

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