A Conferência Episcopal Paraguaia disse na sexta-feira que Fernando Lugo continua sendo bispo, apesar de afastado de suas funções pelo Vaticano, e que por isso não pode ser candidato nas eleições presidenciais de 2008.

O popular religioso havia deixado o sacerdócio em dezembro para entrar na política. Aos 55 anos, Lugo foi por mais de dez anos bispo do Departamento de San Pedro. Ele pretende liderar uma aliança para derrotar o Partido Colorado, de centro-direita, há 60 anos no poder.

As pesquisas recentes o apontam como favorito, mas a Constituição paraguaia proíbe sacerdotes de qualquer religião ou culto de se candidatarem à presidência.

“Lugo é consagrado e continua sendo parte do episcopado paraguaio; portanto, continua sendo nesse aspecto também ministro [religioso], embora não exercendo”, disse o presidente da Conferência Episcopal Paraguaia, Ignácio Gogorza, em entrevista coletiva.

Gogorza esclareceu, porém, que não cabe à entidade representativa dos bispos determinar se Lugo está ou não habilitado a ser candidato.

Pouco antes da declaração dos bispos, uma equipe jurídica liderada pelo ex-ministro da Suprema Corte Luis Lezcano Claude garantiu que Lugo estava habilitado a disputar a presidência.

Os juristas afirmaram que a sanção imposta pelo Vaticano só tem efeitos internos na Igreja, e não para um Estado laico como o Paraguai.

O Vaticano disse que Lugo está suspenso do exercício do sacerdócio, mas que “permanece em estado clerical e continua obrigado aos deveres a ele inerentes”.

Fonte: Reuters

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