Um alto clérigo do Vaticano aconselhou nesta sexta-feira que as mulheres parem de tentar agir como homens para se firmar na sociedade. Ao mesmo tempo, expressou esperanças de que o mundo entre na “era das mulheres, do coração, da compaixão”.
Na presença do papa Bento 16, o padre Raniero Cantalamessa pregou na Basílica de São Pedro nesta Sexta-Feira Santa, uma das principais missas da Páscoa, que é o auge do ano Cristão.
Em seu sermão, Cantalamessa, que é Pregador da Casa Pontifícia, fez várias referências ao papel das mulheres na sociedade, e pediu que elas evitem tentar apagar as diferenças entre os sexos.
“Para afirmar sua dignidade, elas sentiram necessidade de assumir comportamentos masculinos, ou minimizar as diferenças entre os sexos”, afirmou.
Ele ressaltou que nenhuma mulher foi responsável pela morte de Cristo, apenas homens, e que as discípulas seguiram Cristo não porque buscavam poder, mas porque acreditavam nele em seus corações.
“Esse é o motivo para ter esperanças de que a humanidade finalmente entre na era das mulheres: uma era de coração, de compaixão”, disse.
Cantalamessa também lamentou o fato de as pessoas tentarem aprimorar mais sua capacidade intelectual do que sua capacidade de amar porque “o conhecimento se traduz automaticamente em poder; o amor, em doação”.
“Devemos dar mais espaço à ‘razão do coração’ se quisermos evitar que nosso planeta –mesmo enquanto esquenta fisicamente– entre numa era do gelo espiritual”, declarou.
A missa da “Paixão de Cristo” foi o primeiro dos dois eventos da Sexta-feira Santa no qual o papa alemão de 79 anos, que se aproxima da segunda Páscoa de seu pontificado, celebra a crucificação e a morte de Cristo.
Na noite de sexta-feira ele deve conduzir a procissão da Via Crucis, próxima às ruínas do Coliseu romano.
As missas de Páscoa, no sábado à noite e no domingo, transmitirão bênçãos e uma mensagem “Urbi et Orbi” –“à cidade e ao mundo.”
Fonte: Reuters