A porcentagem de católicos no Brasil, que caiu abruptamente na década de 1990, manteve-se estável de 2000 a 2003, passando de 73,89% para 73,79%, segundo um estudo divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O relatório foi divulgado uma semana antes da visita que o Papa Bento XVI fará ao Brasil, entre os dias 9 e 13 deste mês. Apesar da perda de fiéis, o país continua sendo o de maior número de católicos no mundo.

Em números absolutos, segundo a pesquisa, a população católica no Brasil atingiu 129,76 milhões em 2003, contra 125,53 milhões em 2000.

De acordo com a FGV, se a tendência à estabilidade for mantida, o número de católicos no Brasil atualmente pode ser estimado em 139,24 milhões.

“Pela primeira vez em mais de um século a proporção de católicos no Brasil parou de cair, mantendo-se surpreendentemente estável no primeiro quarto da década”, diz o relatório “Estudo das Religiões: Mudanças Recentes” da FGV.

A pesquisa utilizou estatísticas dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Até o ano 2000, segundo a Fundação, o Brasil perdia católicos a um ritmo de um ponto percentual por ano. Em 1991, a porcentagem de católicos entre os brasileiros era de 83,34%, e em 1980 eram 88,96%.

Em contrapartida, a porcentagem de evangélicos, incluindo as novas igrejas, saltou de 6,6 % em 1980 para 9 % em 1991 e 16,2 % em 2000. Mesmo com o freio na “fuga” de católicos, em 2003, o número de evangélicos chegou a 17,9%.

A pesquisa aponta que o crescimento evangélico continuou acontecendo às custas dos brasileiros que se declaravam sem religião, que passaram de 7,4% em 2000 para 5,1% em 2003.

“Os evangélicos estão mais presentes nas periferias, onde não só a população cresce mais rápido mas existem aumentos de escala na prática religiosa: um pastor em um templo alcança mais pessoas que um padre em uma paróquia”, diz o relatório.

Fonte: EFE

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