O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Robert Zollitsch, criticou ontem as declarações do bispo de Augsburgo, Walter Mixa, que, em entrevista, comparou os crimes do Holocausto com os “milhões de abortos” voluntários praticados nas últimas décadas.

“Não há possibilidade de comparar o Holocausto com qualquer outro elemento”, afirmou Zollitsch em entrevista à emissora de televisão pública alemã “ARD”.

Apesar de ter se mostrado “preocupado” com o crescente número de interrupções voluntárias de gravidezes, afirmou que, ao se fazer comparações, é preciso adotar as “proporções adequadas”, e insistiu na necessidade de que a Igreja Católica se distancie do Holocausto.

Em relação à entrevista concedida por Mixa na semana passada ao jornal regional “Fränkische Landeszeitung”, Zollitsch destacou que, segundo o bispo, colocaram em uma frase duas ideias as quais tinha expressado separadamente.

Ele ressaltou que não foi sua intenção vincular o aborto com o Holocausto.

Declarações do bispo britânico Richard Williamson, membro da ultraconservadora Irmandade São Pio X, negando o extermínio dos judeus por parte do Terceiro Reich foram o assunto dominante, hoje, no início do congresso anual dos 68 membros da Conferência Episcopal Alemã, realizado em Hamburgo até quinta-feira.

Segundo Zollitsch, se a organização lefebvriana de Williamson não reconhecer o Segundo Concílio Vaticano e a autoridade do papa, “não há lugar para ela na Igreja Católica”.

O bispo é um dos quatro seguidores do cismático Marcel Lefebvre, cuja excomunhão foi suspensa por Bento XVI no mês passado.

Fonte: EFE

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