O Monsenhor Abílio Ferreira da Nova foi preso quando tentava embarcar para Portugal com 52.895 euros e 778 dólares escondidos em bagagens.

A Igreja de Boa Viagem, em Niterói, vai receber os R$ 50 mil previstos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para o projeto executivo de restauração da Igreja São Francisco de Paula, no Centro do Rio do Janeiro. O recurso foi realocado após escândalo envolvendo o pároco da Igreja de Copacabana, monsenhor Abílio Ferreira da Nova, 77 anos, que também administrava a São Francisco de Paula e foi preso dia 5 de setembro por tentar deixar o País com R$ 117 mil em dólares e euros não declarados.

Além do episódio, o Iphan identificou que a São Francisco de Paula é dona do espaço em que funciona o Hospital Quinta D’Or, na Quinta da Boa Vista, e recebe aluguel mensal.

“Não posso argumentar a favor do imóvel, quando se sabe publicamente que a irmandade tem posses”, explica o superintendente do Iphan no Rio, Carlos Fernando Andrade.

A necessidade de reparos na igreja foi identificada em março deste ano, em vistoria do Iphan ao imóvel após incêndio que destruiu sobrados vizinhos.

Segundo o laudo, o templo precisaria de verbas emergenciais, como reparos em infiltrações no telhado, reforço estrutural e na parte elétrica. O Iphan já havia incluído o valor no orçamento anual e se preparava para iniciar o processo de licitação do projeto executivo nesta semana.

Um pedido de análise do caso foi encaminhado à Procuradoria Federal, que vai averiguar se houve má fé na aceitação de recursos públicos. Procurada, a Arquidiocese do Rio não se pronunciou.

Fundada em 1801, a Igreja São Francisco de Paula é tombada pelo Iphan desde 1934. Seu interior tem trabalhos em talha do Mestre Valentim, dos principais escultores do Brasil Colonial. Além da Igreja Boa Viagem, o Iphan dá andamento a obras emergenciais na Igreja de N. S. do Rosário e São Benedito, no Centro do Rio, com R$ 250 mil.

[b]Evasão[/b]

O Monsenhor Abílio Ferreira da Nova, 77, foi preso dia 5 de setembro pela Polícia Federal, quando tentava embarcar para Portugal com 52.895 euros e 778 dólares escondidos em bagagens e, segundo agentes, até dentro das meias.

Dos R$ 117.240, o pároco só comprovou, após ter sido flagrado, a procedência de 7 mil euros (R$ 15.400), mostrando documento de câmbio emitido por banco. Por lei, o passageiro só pode embarcar para fora do País com até R$ 10 mil. Quando passa desse montante, o valor deve ser informado.

Em nota, o ecônomo lamentou “o erro de não ter informado, previamente, que estava de posse das economias” e garantiu que o dinheiro era parte de economias pessoais.

[b]Fonte: Terra
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