Igreja Bethel, na Haia, na Holanda, realiza culto há um mês para proteger refugiados
Igreja Bethel, na Haia, na Holanda, realiza culto há um mês para proteger refugiados

Em Haia, na Holanda, a Igreja de Bethel anunciou o fim de um culto que durou três meses. O pronunciamento aconteceu nesta quarta-feira (30).

A reunião religiosa foi alongada para impedir a deportação de uma família de armênios que estava no país.

A medida adotada pela igreja viabilizou um acordo político que permitirá que os refugiados permaneçam no país.

Pai, mãe e três filhos compunham a família que estaria em perigo caso tivesse que voltar, visto que escaparam de ameaças por atividades políticas na Armênia.

A liderança da igreja se valeu de uma lei que impede que as autoridades conduzam operações em um local no qual serviços religiosos estejam sendo realizados.

O grupo, formado por 650 pastores da Holanda, além da França, Alemanha e Bélgica, se uniram para tornar possível a realização ininterrupta do culto. Eles começaram a se reunir em outubro.

O último culto foi realizado às 13h30 do horário local (10h30 em Brasília), desta quarta-feira, e foi seguido por uma festa.

“O acordo político de terça-feira agora oferece a famílias como os Tamrazyans uma perspectiva segura na Holanda”, disse em comunicado o representante da Igreja, Theo Hettema. “Estamos incrivelmente gratos por um futuro seguro na Holanda para centenas de famílias de refugiados”, acrescentou Hettema.

Ameaças de morte na Armênia

A família Tamrazyan fugiu da Armênia depois que o pai recebeu ameaças de morte por causa de suas atividades políticas. Eles estão na Holanda há nove anos. A família se abrigou na igreja após as autoridades terem rejeitado os pedidos de asilo, que incluíam a permanência dos filhos no país.

O acordo parlamentar garante que sejam examinados os pedidos de cerca de 700 crianças que nasceram e foram criadas na Holanda enquanto seus pais aguardavam a resposta aos pedidos de asilo.

Quatro partidos da coalizão chegaram a este acordo na terça-feira, depois de fortes críticas por parte de grupos de direitos humanos e da sociedade civil porque o caso envolve a deportação de crianças, muitas das quais nasceram na Holanda e não conhecem nem o idioma e nem o país de origem de seus pais.

Segundo este acordo, pelo menos 90% das crianças – 630 de 700 – poderão ficar junto a seus familiares, depois que seus casos foram reconsiderados de forma individual.

A questão tinha deteriorado a relação entre os quatro partidos – o liberal VVD, a Chamada Democrata-Cristã (CDA), Democratas 66 e União Cristã – e ameaçava iniciar uma crise de governo porque os liberais se negavam a conter estas deportações, enquanto os outros três partidos pediam para paralisá-las até a publicação de um relatório oficial sobre a gestão do tema nos últimos anos.

A coalizão também acordou encurtar os procedimentos para avaliar as solicitações de asilo, que chegaram a demorar mais de uma década entre recursos e julgamentos, e que será destinado mais dinheiro aos serviços de imigração.

“Tivemos que encontrar um novo equilíbrio e acredito que funcionou”, celebrou Klaas Dijkhoff, o líder do VVD, partido do atual primeiro-ministro, Mark Rutte.

Fonte: Pleno News e Terra

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