Culto na Igreja Evangélica da Alemanha (EKD). (Foto: Reprodução / Facebook)
Culto na Igreja Evangélica da Alemanha (EKD). (Foto: Reprodução / Facebook)

Os números mais recentes de membros da principal linha protestante da Alemanha, a Evangelische Kirche Deutschland (Igreja Evangélica da Alemanha, EKD) confirmam seu declínio.

A perda de filiação dos últimos anos só se acelerou em 2022, com 380 mil saídas da EKD – um aumento de 35,7% em relação a 2021.

É a primeira vez que o número de membros da EKD que morreram ao longo do ano (365.000) não é superado por aqueles que deixam a Igreja ativamente. Em 2021 os que morreram foram 360.000, e os que deixaram a igreja foram 280.000 membros.

O aspecto positivo das estatísticas é que o número de batismos (principalmente de bebês) cresceu para 165.000 em 2022, um aumento de mais de um terço em relação ao ano anterior, voltando aos níveis pré-pandêmicos.

A contagem final mostra que a Igreja Evangélica da Alemanha perdeu 575.000 pessoas em 2022, 2,9% de seus membros.

A Igreja Evangélica da Alemanha tem agora 19,1 milhões de membros, cerca de 23% da população alemã. Em 2022 tinha 19,7 milhões, e em 2007, a Igreja tinha 24,8 milhões de membros.

A Igreja Católica Romana na Alemanha tem um número maior de membros, apesar de também passar por uma crise profunda. Cinco anos atrás, as duas maiores igrejas institucionais ainda representavam mais da metade da população alemã.

Mudanças na liderança para interromper o declínio

Como em todos os anos anteriores, a direção da Igreja Evangélica da Alemanha lamentou os números negativos e disse que trabalharia mais para mudar a tendência. A chefe da Igreja Protestante Alemã, Annette Kurschuss, defendeu o papel da igreja principal: “Sem o cuidado pastoral e a diaconia, e sem o culto e as ofertas congregacionais nas cerca de 20.000 igrejas e capelas, o clima social seria diferente”.

Kurschuss foi eleita em 2021, quando a crise de adesão já era uma realidade alarmante para a Igreja Evangélica da Alemanha. Alguns meses antes, outra mulher, a estudante de teologia de 25 anos, Anne-Nicole Heinrich, foi eleita presidente do sínodo da Igreja.

Alemanha é um dos menos religiosos do mundo

Alemanha, berço da Reforma Protestante, é o país com mais pessoas que se descrevem como não religiosas ou ateias, abaixo apenas da China nesse quesito. O apontamento é de uma pesquisa da Statista Global Consumer Survey.

Segundo a Medien Magazine, pessoas de oito países foram questionadas sobre suas crenças religiosas. De acordo com isso, a religião tem a maior influência sobre a população da Índia.

Segundo a pesquisa, 23% da população alemã se descreve como não religiosa. Onze por cento dizem que ser ateus. 

Uma teologia liberal

Em contraste com as igrejas evangélicas livres (incluindo batistas, pentecostais, carismáticos, irmãos e outros), o ensino na maioria das igrejas e seminários da EKD é teologicamente liberal. A frequência à igreja entre os membros da EKD também é muito menor do que entre os cristãos evangélicos livres.

Segundo uma pesquisa de 2019, 33% dos membros da Igreja “não acreditavam em Deus”. Uma pesquisa da Pew Research também descobriu que mais protestantes auto-identificados na Alemanha acreditam em astrologia (33%) e reencarnação (24%) do que aqueles que oram diariamente (9%).

Folha Gospel com informações de Evangelical Focus

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