A Igreja Mundial do Poder de Deus depositou mais de R$ 55 mil referentes a aluguéis atrasados de um processo que corria na Justiça de São Paulo e evitou a quebra do sigilo bancário de Valdemiro Santiago e do presidente da entidade, Mateus Machado de Oliveira, determinada pela Justiça.
Os dois são réus em um processo onde o proprietário de um imóvel em Guararema, no interior de São Paulo, cobrava aluguéis não pagos pela Igreja Mundial.
No fim de fevereiro a juíza Monica Di Stasi, da 3ª Vara Cível de São Paulo, havia autorizado a quebra de sigilo dos fundadores da igreja, a fim de determinar a responsabilização e ligação dos dois com a Igreja Mundial e verificar a procedência dos recursos financeiros da igreja.
Para evitar que os bancos enviem à Justiça informações sobre movimentações bancárias, a igreja depositou R$ 53,650.40 referentes a um processo e mais R$ 1.827,98 de outro, ambos referentes ao mesmo imóvel, incluindo correção monetária.
Após o pagamento dos aluguéis atrasados, a Igreja pediu à juíza nesta quarta-feira (3) que o autor possa sacar o dinheiro e que o processo seja extinto, já que perdeu a causa de existir, que era a cobrança do débito. Até a última atualização desta reportagem, a magistrada responsável pelo caso não havia se manifestado sobre o pedido.
No pedido de quebra de sigilo, o advogado do proprietário do imóvel, Douglas Dias Marcos, alegava, que há “clara conexão e responsabilidade direta” ou “evidente tentativa de fraude e blindagem de patrimônio” de Valdemiro ao tentar se isentar das responsabilidades jurídicas da organização fundada por ele.
“Questiona-se como pode o ‘representante mor’ da organização viver de forma nababesca, acumulando patrimônios, ao mesmo tempo em que ‘sua organização’ apresenta exponencial crescimento em número de igreja simultâneo a um ‘score’ de baixíssima credibilidade (98% de possibilidade de inadimplência)”, afirmou o advogado.
No processo, Mateus Machado e Valdemiro Santiago alegavam, porém, que a dívida era da igreja, e que eles não poderiam ser atingidos pela cobrança: “Valdemiro Santiago não faz parte do contrato social da igreja e nem assinou o contrato de locação como fiador”, afirmam os advogados do apóstolo, Felipe Palhares e Flávio Nery.
Fonte: G1