Pelo menos quatro menores sofreram o abuso do padre, que em 2011 foi condenado a 14 anos de prisão na penitenciária de Campana, na província de Buenos Aires.

Durante a missa deste domingo na catedral da cidade de San Isidro, no norte da Grande Buenos Aires, os fiéis ouviram um sermão inédito, já que o bispo Oscar Ojea leu um comunicado da Igreja Católica argentina na qual pediu perdão pelo crime de pedofilia protagonizado pelo padre José Antonio Mercau. Além do pedido de perdão o bispo Ojea também anunciou que a Igreja Católica indenizará de forma voluntária – sem pedido judiciário prévio – as quatro vítimas dos abusos sexuais do clérigo.

Na época dos abusos sexuais Mercau era diretor de um albergue para crianças abandonadas que foram recolhidas das ruas. Pelo menos quatro menores sofreram o abuso do padre, que em 2011 foi condenado a 14 anos de prisão na penitenciária de Campana, na província de Buenos Aires.

A Igreja não divulgou os nomes das vítimas, sequer o total da indenização. No entanto, as especulações indicam que a quantia seria elevada, já que terá que vender vários imóveis de propriedade da diocese de San Isidro. Esta é a primeira vez que a Igreja Católica pede perdão e paga uma indenização de forma voluntária a um grupo de vítimas da pedofilia.

O comunicado, que também foi lido em 70 paróquias e 200 capelas em toda a Argentina, indica que “as sequelas que o abuso sexual provoca no futuro das crianças e dos jovens não pode ser medido. Sua vida afetiva fica ferida no lado mais profundo por causa da violação de sua intimidade. A conduta de abuso também fere todo o Corpo de Cristo e quebra a confiança na comunidade”.

A decisão de pedir perdão por parte da Igreja argentina está em sintonia com a postura do papa Francisco – um portenho do bairro de Flores – de combater a pedofilia.

Nos últimos meses o sumo pontífice e ordenou a expulsão do núncio apostólico na República Dominicana, o polonês Josef Wesolowski, investigado por acusações de pedofilia.

Na sequência deu ordens para aprofundar uma investigação na Argentina sobre o ex-diretor do seminário da cidade de Paraná, o padre Justo José Ilarraz, acusado de abusar sexualmente de pelo menos 50 crianças. Estes meninos eram seminaristas que tinham entre 10 e 14 anos entre 1984 e 1992, período ao longo do qual foram submetidos aos desejos sexuais do clérigo.

O seguinte alvo de Francisco foi o peruano Gabino Miranda, removido de seu cargo de bispo de Ayacucho por ter relações sexuais com menores de idade.

[b]Fonte: Estadão[/b]

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