A Igreja Universal do Reino de Deus está sendo processada por um antigo pastor da denominação. Maurício dos Santos Bonfim acusa a igreja do Bispo Edir Macedo de tê-lo obrigado a fazer uma vasectomia, cirurgia que impede o homem de ter filhos.
De acordo com o portal UOL, o religioso pediu uma indenização de R$ 100 mil, afirmando que a instituição realizaria eventuais promoções para que a cirurgia fosse realizada. Segundo Maurício, aqueles que negassem o procedimento poderiam ser punidos, sendo rebaixados de cargo e até transferidos para fora do país. “Passa a ser considerado como mau exemplo”, disse no processo.
Segundo o pastor, isso se sustenta por uma questão econômica, já que a Universal ”custeia a vida da família pastoral”. “O interessante para a Igreja é que a família pastoral se resuma ao homem, pastor, e a sua esposa, obreira”, afirmou.
A cirurgia teria sido feita de forma ”clandestina”, sem registros médicos. A defesa de Bonfim disse à Justiça que a Universal “retirou brutalmente” do pastor “sua chance de ser pai e de construir uma família no sentido amplo”.
Ainda em suas argumentações, Bonfim diz que após ser expulso da instituição – por ter elogiado uma mulher e isso ter sido caracterizado como adultério – e ter que pedir ajuda de familiares distantes depois de perder sua casa e carro, ambos custeados pela Universal, ele pôde “retirar a venda dos seus olhos” e percebeu que foi “induzido e coagido moralmente” pela igreja a fazer a vasectomia.
“A Universal me impediu de gerar vidas”, denunciou à Justiça.
Em novembro de 2020, Bonfim foi expulso do templo onde servia, em São Vicente (SP), após a denúncia de uma fiel da igreja que o pastor teria elogiado. “Tal elogio foi caracterizado como um adultério”, relatou à Justiça. A família pastoral perdeu a casa e o carro.
A defesa da Igreja Universal afirma que a acusação é mentirosa. “Esta suposta imposição de vasectomia é facilmente desmentida por um simples fato: existem mais de 3 mil filhos naturais de bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus”, declarou em nota ao portal Uol.
Em resposta ao processo, a Iurd diz que os ministros religiosos da denominação sabem que os filhos podem ser um fator decisivo na hora de determinar a transferência dos obreiros, mas que não obriga ou incentiva os pastores a realizar o procedimento da vasectomia.
Nota que a Igreja Universal enviou ao Uol:
“Temos certeza de que este processo – movido por um ex-pastor que foi desligado do corpo eclesiástico da Igreja em razão de um grave descumprimento de regra de conduta – terá o mesmo destino de outros semelhantes, nos quais diferentes tribunais têm arquivado esse tipo de pedido absurdo.
Neste caso, o processo sequer poderá ser julgado, pois já passou o prazo para que o ex-pastor entrasse com a ação.
Aliás, gostaríamos que a imprensa demonstrasse o mesmo interesse que tem em divulgar processos contra Universal para também trazer a público as derrotas desses aventureiros na Justiça.
Por exemplo, em março deste ano, a 15ª Vara Cível de Brasília negou o pedido idêntico de um ex-pastor. Esperamos que o UOL dê igual destaque a esta decisão favorável à Igreja Universal.”
O processo citado pela Universal está em fase de recurso e será julgado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
Folha Gospel com informações de TV Jornal e DCM