Votos trocados por cestas básicas, boca de urna nos locais de votação e atuação coordenada de igrejas, partidos e outras organizações. Essas são algumas das denúncias feitas à Prefeitura de São Paulo em relação à eleição dos conselheiros tutelares da cidade, realizada no último dia 1º de outubro.
O portal UOL teve acesso a um relatório com 270 reclamações ligadas ao pleito e que estão sendo investigadas pela SMDHC (Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania).
A Igreja Universal é alvo de 70 denúncias, sendo a organização mais citada no relatório. Segundo uma das reclamações, 18 vans foram usadas para transportar eleitores na Cidade Tiradentes (zona leste da capital paulista). Outra queixa diz que, no Grajaú (zona sul), uma perua levava fiéis de um templo na avenida Belmira Marin a um dos locais de votação.
Um dos denunciantes afirma que a Igreja Universal fez campanha em cultos durante 45 dias. A situação se deu em um templo na avenida Voluntários da Pátria, em Santana (zona norte). Já na Cidade Ademar (zona sul), outra reclamação diz que cultos foram marcados para terminar no horário da eleição, com o objetivo de induzir fiéis a irem votar.
Procurada, a Igreja Universal não comentou as situações. Em reportagem do UOL sobre um vídeo no qual panfletos com o número de candidatos eram distribuídos em um templo no Tremembé (zona norte), a assessoria de imprensa da Universal afirmou que a igreja “orienta aos seus oficiais que todas as regras eleitorais sejam seguidas”.
“A Igreja Universal faz o papel de orientar que o cristão exerça a cidadania, que é um dever e direito de todos”, disse a Igreja Universal, em nota ao UOL.
Todas as denúncias precisam ser investigadas pela prefeitura antes de serem confirmadas. A lista obtida pela reportagem reúne relatos de irregularidades nas quatro zonas da cidade. Todas as queixas têm seus autores identificados e informam se eles concorreram ou não na eleição de conselheiros tutelares.
O edital da eleição para Conselho Tutelar prevê que campanhas sejam promovidas “individualmente” por candidatos. As denúncias sobre a ação de igrejas, partidos e outras organizações se baseiam nesse ponto — assim como as queixas sobre formação de chapas de candidatos. O edital também veta campanha no dia da votação.
A eleição já foi alvo de 450 denúncias em São Paulo. O número é da SMDHC, responsável pela organização do pleito. Procurado, o órgão não retornou até o fechamento do texto.
Todas as denúncias precisam ser investigadas pela prefeitura antes de serem confirmadas. A lista obtida pela reportagem reúne relatos de irregularidades nas quatro zonas da cidade. Todas as queixas têm seus autores identificados e informam se eles concorreram ou não na eleição de conselheiros tutelares.
Até agora, 56 nomes foram impugnados por irregularidades na campanha, boca de urna e outros motivos. Deles, pelo menos 18 venceram nas urnas para serem conselheiros tutelares. O resultado oficial da eleição ainda não saiu.
Fonte: BOL com informações de UOL