A Igreja Católica deve testar todos os candidatos a padre para evitar a ordenação de suspeitos de homossexualidade “profundamente enraizado”, de acordo com uma reportagem publicada neste sábado pelo jornal britânico The Independent.

A recomendação teria sido formulada pela Congregação para a Educação Católica do Vaticano em um documento batizado de Manual de Regras para o Uso da Psicologia na Admissão e na Formação de Padres.

O líder da congregação, cardeal Zenon Grocholewski, teria afirmado em entrevista coletiva durante a semana, que mesmo homossexuais celibatários devem ser excluídos da Igreja.

De acordo com o Independent, o líder católico polonês teria classificado o homossexualidade de “um tipo de desvio, de irregularidade” e que por isso representaria uma “ferida no exercício do sacerdócio”.

“O candidato não precisa necessariamente praticar o homossexualidade. Ele pode não ter pecados, mas se tem um tendência profundamente enraizada, não pode ser admitido para o ministério eclesiástico”, disse o cardeal, segundo a reportagem do Independent.

“Paternidade espiritual”

A explicação para o afastamento de gays, segundo Grocholewski, seria “a natureza do sacerdócio, no qual se desempenha uma paternidade espiritual”.
“De certa forma, quando nos perguntamos por que Cristo reservou o sacerdócio aos homens, falamos na sua paternidade espiritual, e sustentamos que o homossexualidade é um tipo de desvio, um tipo de irregularidade”, afirmou.

“Por isso, é um tipo de ferida no exercício do sacerdócio, na formação de relações com os outros.”

Essa não é a primeira vez que a Igreja recomenda a exclusão de homossexuais. Em 2005, o Vaticano divulgou que seminaristas gays deveriam ser afastados.

A reportagem do Independent cita ainda duras críticas do grupo britânico gay pela igualdade de direitos Stonewall.

“É uma tragédia (ainda mais) neste momento em que a Igreja sente a escassez desesperada de vocações à Igreja”, afirmou Ben Summerskill ao jornal britânico.

Fonte: BBC Brasil

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