Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que as igrejas evangélicas impactam positivamente a empregabilidade no Brasil, ampliando as indicações para vagas — especialmente entre grupos minorizados. A pesquisa analisou 900 evangélicos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Segundo os resultados, a imagem de honestidade associada aos evangélicos facilita a inserção no mercado de trabalho, beneficiando particularmente negros e mulheres. Um dos pesquisadores destaca que as igrejas funcionam como redes importantes de recomendação para pessoas de baixa renda, observando que o boca a boca continua sendo uma forma eficaz de conexão profissional, mesmo com o crescimento das redes digitais.
Os especialistas sugerem que a religião seja incorporada aos estudos sobre o mercado de trabalho, argumentando que, com a mudança no perfil religioso da população brasileira, esse fator pode se tornar crucial para entender as dinâmicas de emprego no país.
O empresário Igor Faria, à frente das empresas da marca Patati Patatá, acredita que, de modo geral, as igrejas funcionam como ambientes propícios para networking — assim como qualquer outro espaço onde as pessoas se reúnem.
“As chances de sucesso são muito maiores, já que os valores e princípios compartilhados são os mesmos, além do objetivo comum de expandir o reino de direitos na Terra. As empresas, o mercado de trabalho e os negócios devem servir a esse propósito”, afirma o autor do livro Seja Luz: Como se tornar a sua melhor versão em 101 dias, lançado pela Citadel Editora.
Faria ressalta, no entanto, que a principal motivação do cristão para frequentar a igreja não deve ser o networking, mas o desejo de buscar a Deus, aprender mais sobre Ele e, assim, melhorar sua vida. “Independentemente da profissão ou função que desempenhamos, devemos buscar ser os melhores na nossa área de atuação, aplicando o que aprendemos nas Escrituras.”
O empresário também observa que o cristão expressam mais credibilidade e responsabilidade no trabalho, já que estão baseados nos ensinamentos bíblicos. Ele acredita que, ao seguir e acreditar em um Deus perfeito, quando os princípios da Palavra são aplicados, o trabalho e os negócios também são beneficiados.
“Embora tenhamos falhas como qualquer ser humano, quando apontamos para um Deus perfeito, é preciso buscar a excelência e ser a nossa melhor versão, de fato, ser um ótimo profissional, seja qual for a profissão escolhida.”
Sobre a pesquisa indicar que as igrejas funcionam como redes de recomendação essenciais para pessoas de baixa renda, Igor afirma que isso reflete a realidade do Brasil, já que a maioria das vagas de emprego são de baixa remuneração. Quanto ao fato de as mulheres serem as mais beneficiadas pelo networking nas comunidades de fé, ele ressalta que elas são a coluna da família e do lar, demonstrando força e firmeza, o que impulsiona o apoio.
Para finalizar, Igor reforça a importância de seguir os princípios bíblicos para uma vida próspera e abundante, inclusive no âmbito profissional e nos negócios. “Podemos e devemos ser reconhecidos por fazer a diferença, não porque somos bons, mas porque estamos conectados a Jesus.”
Bênção mútua
Em relação à igreja como uma plataforma de networking, o empresário Fábio Hertel, pós-graduado em Marketing, afirma que, assim como a comunidade judaica, reconhecida por sua prosperidade, os cristãos têm uma grande oportunidade de se abençoar mutuamente. Parodiando as Escrituras, ele propõe que os crentes adotem mandamentos de mutualidade, como: “Promovam-se uns aos outros, prestigiem-se uns aos outros, façam negócios uns com os outros, deem preferência uns aos outros, capacitem-se uns aos outros, recomendem-se uns aos outros.”
Para Hertel, mais do que uma simples agência de empregos gospel, os evangélicos deveriam seguir a recomendação de Jesus na parábola das 10 minas: Negociai até que eu volte (Lc 19.13b). Em outras palavras, “gerem riquezas enquanto Eu não volto.”
Hertel também vê a igreja como uma estrutura híbrida, que, ao mesmo tempo que eleva a alma e alcança o transcendente, também lida com as realidades terrenas. Ele acredita que, embora a vida eterna seja a culminação da prática espiritual, o crente ainda escrevendo o capítulo de Atos 29. Fabio cita o mestre Myles Munroe, pastor e escritor, que dizia: “A religião prepara o ser humano para deixar a Terra, mas o Reino capacita a humanidade a dominar este planeta.”
Fonte: Comunhão