Bolsonaristas radicais invadem e destroem Congresso, Palácio do Planalto e STF em Brasília. (Foto: Reprodução/YouTube)
Bolsonaristas radicais invadem e destroem Congresso, Palácio do Planalto e STF em Brasília. (Foto: Reprodução/YouTube)

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito e está investigando igrejas evangélicas de Mato Grosso pela suspeita de organizar caravanas e enviar fiéis para participarem de atos antidemocráticos e de vandalismo do dia 8 de janeiro, em Brasília. A informação foi divulgada em uma reportagem do portal de notícias UOL.

Segundo a reportagem, logo após os atos de 8 de janeiro, a PF abriu inquéritos para identificar os financiadores das caravanas com destino a Brasília. A informação sobre o financiamento por igrejas evangélicas foi citada aos investigadores por pelo menos cinco pessoas presas pela PF no acampamento montado no quartel-general do Exército.

A documentação inédita está sendo analisada pela PF para o aprofundamento das investigações sobre os financiadores e organizadores dos atos antidemocráticos.

Como havia uma grande quantidade de pessoas a serem ouvidas, os termos de depoimento são curtos e pouco se aprofundam sobre os temas, mas são usados como ponto de partida para as apurações

Entre os depoimentos, está o de Sirlei Siqueira, moradora de Sinop (480 km de Cuiabá). Ela afirmou à PF que viajou em uma “excursão da Igreja Presbiteriana Renovada”. Jamil Vanderlino, também morador de Sinop, disse ter viajado em um “ônibus financiado por igreja evangélica”. No entanto, os dois não deram detalhes sobre quem financiou a viagem. Jamil disse que “fará uso de seu direito de permanecer calado”.

A reportagem do UOL procurou a Igreja Presbiteriana Renovada de Sinop, que disse que os pastores não participaram do ato do dia 8 de janeiro e afirmou desconhecer quem teria organizado a caravana.

Um outro alvo preso pela PF, morador de Maceió, Ademir Almeida da Silva, disse que tinha remuneração mensal de R$ 400 e citou o nome de um pastor da Igreja Batista, Adiel Brandão de Almeida, como um dos financiadores de sua viagem. Procurado, o pastor disse que viajou com Ademir para Brasília e que “cooperou” durante a viagem porque ele estava com pouco dinheiro, mas que não houve relação da igreja com essas despesas.

“Ao longo da viagem, a gente foi cooperando com ele. Ele pagou algumas coisas, ele estava com pouco dinheiro, alguns lanches nós rateamos, outros lanches não. Além disso, nós não tivemos participação em nada disso aí”, afirmou à coluna. “Isso é financiar a ida de alguém? Não é. Financiar é quando você está dizendo que todas as despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém fosse financiar, não é da conta de ninguém não”, disse Almeida.

Já uma moradora de Xinguara (PA) relatou ser frequentadora da Assembleia de Deus e que integrantes da denominação religiosa participaram da caravana na qual ela viajou a Brasília, mas não deu detalhes sobre o responsável pelo financiamento.

Além das igrejas, outros presos relataram também a participação de empresários no financiamento e até mesmo o recebimento de doações para que viajassem a Brasília para participar do ato antidemocrático. Os depoentes, entretanto, evitaram fornecer detalhes sobre esses financiadores. Mesmo sem muitos detalhes nos depoimentos, as investigações avançam, já que a PF está analisando celulares apreendidos com os presos, o que vai permitir aprofundar as informações citadas.

A investigação também analisa quebras de sigilo bancário e relatórios de movimentação financeira dos contratantes dos ônibus, para saber se há financiadores ocultos que não aparecem formalmente nos documentos.

O ato antidemocrático resultou na depredação das sedes dos Três Poderes e na prisão de mais de 1.800 pessoas, que participaram do quebra-quebra ou que estavam acampadas no quartel-general do Exército.

Relator das investigações, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi quem determinou as prisões dos participantes do acampamento no quartel-general do Exército, logo após os atos do 8 de janeiro. Os depoimentos também estão em seu gabinete.

Nas últimas semanas, o ministro Alexandre de Moraes proferiu decisões autorizando a soltura de aproximadamente 1.000 presos. Cerca de 400 permanecem detidos até o momento.

Fonte: Semana 7 com informações de UOL

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