Segundo ministro da Justiça, campanha arrecadou 25 mil armas até agora. Cardozo diz que acordo para retirar armas de fóruns deve sair em breve.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (6), durante o programa “Bom Dia Ministro”, que a arrecadação de armas na Campanha do Desarmamento é prejudicada pela “cultura da violência” e por “interesses econômicos”.

[img align=left width=300]http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/10/06/cardozo300wilsondiasabr.jpg[/img]”Ainda temos uma cultura da violência muito forte no país. As pessoas acham que estão protegidas quando tem uma arma em sua casa. Isso é uma falta de compreensão total da realidade. Portar uma arma é um risco para quem a porta. (…) Infelizmente as pessoas ainda resistem a isso. Há interesses econômicos por trás. Há empresas que querem vender armas, que querem vender munições e, portanto, trabalham tentando criar obstáculos para difusão dessa idéia”, disse o ministro durante o programa.

Segundo Cardozo, desde o início da campanha, lançada em maio, 25 mil armas já foram retiradas de circulação. Segundo ele, o principal destaque foi a entrega de armamento pesado. “Nós tivemos a entrega de armamento pesado pela primeira vez nas campanhas do desarmamento. Nós tivemos, por exemplo, mais de 50 fuzis entregues nessa campanha, tivemos submetralhadoras entregues e metralhadoras entregues. O que nos surpreendeu muito, as pessoas voluntariamente entregando fuzis. Uma dimensão que nunca havia acontecido.”

O ministro afirmou, porém, que não existe meta definida de arrecadação. “Espero que até o final do ano consigamos arrecadar muito mais armas. As pessoas perguntam, qual é a sua meta para a campanha do desarmamento? Eu digo: a maior possível. Se tiver que tirar verba de outros setores do Ministério da Justiça para pagar armas entregues pela população, eu farei com muito prazer.

[b]Fóruns[/b]

Em relação ao armamento disponível nos fóruns, que são as armas apreendidas em investigações, o ministro diz que deve ser assinado nos próximos dias um termo de cooperação para agilizar a destruição das armas. Esse acordo, que também contará com o Exército, já havia sido anunciado.

“Nós já dialogamos como presidente do Supremo Tribunal Federal e co Conselho Nacional de Justiça, Ministro Cezar Peluso, e já acertamos com o ministro um termo de cooperação que será acertado entre o Ministério da Justiça e o CNJ e que será assinado nos próximos dias. Esse termo busca conjugar os esforços do Ministério de Justiça, do CNJ e do Ministério da Defesa para todas as armas que estejam armazenadas sejam destruídas o mais rapidamente possível. Ou seja, queremos agilizar eventuais situações judiciais que são exigidas para que elas possam ser destruídas.”

[b]Campanha[/b]

Com o slogan “Tire uma arma do futuro do Brasil”, a campanha de 2011 garante o anonimato para quem entregar a arma, além da destruição da mesma no momento da entrega. Cada arma dá direito a indenização de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300.

A campanha deste ano ampliou os postos de recolhimento. Locais como igrejas, lojas maçônicas, e organizações não-governamentais podem atuar no recolhimento de armas.

Na última campanha do desarmamento, encerrada em dezembro de 2009, apenas os postos policiais podiam receber as armas.

[b]Fonte: G1[/b]

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