O reverendo Ian Paisley, fundador e líder da Igreja Livre Presbiteriana da Irlanda do Norte durante mais de meio século, abandonou neste sábado seu posto eclesiástico para se concentrar em seu cargo de primeiro-ministro do Governo autônomo norte-irlandês.

Os ministros da ordem e o Conselho de Anciãos, com 250 membros, elegeram o reverendo Ron Johnston como sucessor de Paisley após uma reunião de várias horas, confirmaram fontes oficiais.

Perguntado se sua saída tinha sido dolorosa, Paisley respondeu: “Por acaso pareço abatido?”.

Em setembro, Paisley disse que não tentaria a reeleição e justificou sua decisão alegando que a organização enfrentava “uma crise muito real”.

Vários setores da sociedade norte-irlandesa manifestaram seu desconforto com a incompatibilidade do cargo eclesiástico de Paisley com sua condição de primeiro-ministro do Governo de poder compartilhado com o Sinn Féin, o braço político do dissolvido Exército Republicano Irlandês (IRA).

O reverendo Ivan Foster foi, por exemplo, um dos membros mais críticos em relação às aparições públicas do líder do Partido Unionista Democrático (DUP) e de seu adjunto no Executivo de Belfast, o republicano e ex-comandante do IRA Martin McGuinness.

A relação estreita e amistosa entre Paisley e McGuinness, mantida desde a formação de um Governo de unidade em maio e que já rendeu aos dois políticos o apelido de “irmãos risadinhas”, surpreendeu a muitos, mas também incomodou o setor unionista mais radical.

A eleição do novo “moderador” da Igreja Presbiteriana Livre aconteceu enquanto o futuro político de Paisley é alvo de especulações.

O DUP negou rumores que asseguram que Paisley deixará sua cadeira na Câmara dos Comuns após as próximas eleições gerais no Reino Unido, previstas para 2010, o que poderia significar também sua saída prematura do Governo da Irlanda do Norte.

Fontes do partido afirmaram à Efe que “tais notícias são pura especulação da imprensa, sem nenhum fundamento”.

Fonte: EFE

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