O Congresso Judaico Mundial (CJM) também expressou na quinta sua satisfação pela postura do papa.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, enviou nesta quinta-feira uma carta ao papa Bento 16 exprimindo seu apreço por sua postura de retirar a responsabilidade dos judeus pela morte de Jesus Cristo, segundo o novo volume de seu livro, “Jesus de Nazaré”.
“Congratulo-me com ele por ter rejeitado liminarmente em seu livro a acusação infundada [sobre a culpa dos judeus na morte de Jesus], sobre a qual por séculos é baseado o ódio contra os judeus”, assinalou o primeiro-ministro israelense.
Ele disse ter forte “esperança que a clareza e a coragem dele demonstradas reforçam as relações entre os judeus e cristãos no mundo e facilitam e promovem a paz e a reconciliação entre as gerações futuras”. “Espero vê-lo logo de novo para poder exprimir meu profundo pessoal apreço a ele”, acrescentou Netanyahu.
O Congresso Judaico Mundial (CJM) também expressou nesta quinta sua satisfação pela postura do papa que, segundo a entidade, “respondeu à acusação de que o povo hebreu é responsável coletivamente e eternamente pela morte de Jesus”. O organismo pediu que a livro do Pontífice que será lançado em breve seja considerada patrimônio da “doutrina oficial da Igreja”.
“Por muitos séculos, os judeus sofreram uma brutal perseguição e o antissemitismo pelo fato dos cristãos os considerarem coletivamente os responsáveis pela morte de Jesus Cristo”, considerou a organização.
Segundo o presidente do CJM, Ronald S. Lauder, “2.000 anos depois desse fato, era hora de o líder da Igreja Católica pronunciar palavras caras sobre tudo isso”. Ele ainda observou que “os judeus no mundo todo apreciam que este papa esteja absolutamente determinado a perseguir as boas relações entre cristãos e judeus”.
Na quarta-feira, a Livraria Editora Vaticana divulgou trechos do segundo volume de “Jesus de Nazaré”, intitulado “Semana Santa: Da entrada a Jerusalém até a Ressurreição”, em que Bento 16 trata sobre os eventos da Páscoa, da morte à ressurreição de Cristo.
Em uma determinada parte, ele escreve que “o termo judeu era usado para indicar ‘a aristocracia do tempo’, e não ‘o povo de Israel como tal'”. Por causa da suposta confusão de termos, o pontífice explica que “não é raro a palavra ter um sentido negativo, no sentido de ‘gentalha'”.
[b]Fonte: Folha Online[/b]