A Knesset (Parlamento israelense) aprovou em votação preliminar um projeto de lei que define Jerusalém como “a capital de Israel e do povo judeu”, apesar de na parte oriental da cidade viverem mais de 200 mil palestinos.
O projeto foi aprovado preliminarmente por 58 votos a favor e 12 contra, o que significa que continuará seu trâmite nos mecanismos legislativos para ser emendado à Lei Básica, que até agora a classificava unicamente como “capital de Israel”.
A lei foi proposta pelo deputado Zevulun Orlev, do partido religioso Mafdal, que procura com isto reforçar o caráter judaico da cidade que israelenses e palestinos disputam há mais de meio século.
Israel declarou Jerusalém sua capital em 1949, mas apenas a parte ocidental, de maioria judaica.
Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, a parte leste, onde vivem 200 mil palestinos, foi ocupada juntamente com o resto da Cisjordânia, e em 1981 a Knesset declarou Jerusalém como capital “eterna e indivisível” de Israel por meio da Lei Básica.
Orlev quer emendar esta lei de forma que qualquer decisão no futuro sobre o status da cidade envolva o judaísmo que não está em Israel.
Historicamente, a partilha de Jerusalém é um dos principais empecilhos ao processo de paz entre israelenses e palestinos, e seu estatuto está no centro das negociações iniciadas há sete meses entre o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
Os palestinos exigem a parte oriental como capital de seu futuro Estado independente.
Da mesma forma que os palestinos, a comunidade internacional não reconhece Jerusalém como capital de Israel e, por isto, todas as representações diplomáticas no Estado judeu se encontram em Tel Aviv.
Fonte: EFE