O jornal satírico francês Charlie Hebdo será processado a partir de quarta-feira por ter publicado há exatamente um ano caricaturas de Maomé.

A União das Organizações Islâmicas da França (UOIF) e a Grande Mesquita de Paris acusaram o jornal de “injúria pública contra um grupo de pessoas devido a sua religião”. A publicação destas caricaturas suscitaram uma grande polêmica em todo o mundo e violentos protestos em países muçulmanos.

Em 7 de fevereiro do ano passado, Charlie Hebdo publicou três caricaturas do profeta Maomé que haviam sido publicadas por um jornal dinamarquês. Uma delas representava Maomé com um turbante em forma de bomba e outra o representava com a cabeça entre as mãos, se lamentando e dizendo: “É difícil ser venerado por idiotas”.

Segundo a ata de acusação, os desenhos estabelecem uma comparação entre o Islã e o terrorismo.

O processo movido contra o jornal suscitou as críticas de vários intelectuais, alguns deles muçulmanos, para quem se Charlie Hebdo for condenado ficará evidente a necessidade de estabelecer uma “autocensura generalizada” que afetaria “a liberdade e o direito de criticar todas as religiões sem exceção”.

Várias associações como SOS Racismo, a Liga Internacional contra o Racismo e o Antisemitismo, o Sindicato Nacional dos Jornalistas ou a Uniãon das Famílias Laicas assinaram uma petição de solidariedade com o jornal.

Fonte: AFP

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