Um juiz federal da Filadélfia desconsiderou um processo movido por um grupo conservador cristão que afirmava ter sido vítima de discriminação ao ser preso em um festival de orgulho gay em 2004.

No processo, descartado na última sexta-feira (19), os ativistas alegavam que seu direito de liberdade de discurso foi violado quando foram detidos protestando em um evento público em favor da causa gay.

“Não há direito direito constitucional de derrubar o discurso de uma outra pessoa”, afirmou o juiz Lawrence Stengel. Os ativistas, muitos filiados a organização Repent America, de cristãos conservadores, entraram no evento pró-gay, de 2004, para organizar uma contramanifestação não-autorizada.

Inicialmente, os organizadores do festival de rua chamado Outfest 2004 tentaram bloquear manifestantes antigays de entrar no evento. A polícia, no entanto, permitiu a entrada do grupo cristão. Os participantes do festival, em resposta aos ativistas conservadores, cercaram os cristãos e utilizaram apitos para calar os protestos.

Onze manifestantes da Repent America acabaram presos depois de ignorarem uma ordem para se moverem para outro local. Organizadores do evento, que defendiam o orgulho gay, disseram que os manifestantes estavam tentando incitar a multidão contra os homossexuais.

O juiz Stengel afirmou que o festival havia recebido todas as autorizações da prefeitura para organizar o evento, enquanto os cristãos não buscaram medidas apropriadas para divulgar sua mensagem e não pediram autorização para manifestar um contraprotesto.

“Essa é uma importante decisão que apóia os direitos da 1ª emenda para organizadores de todos os festivais autorizados”, disse o advogado da empresa Philly Pride Presents.

Já Ted Hoppe, advogado dos ativistas cristãos, disse que a decisão permite que o governo impeça a livre manifestação de idéias em áreas públicas. “Esta é uma decisão chocante”, disse o diretor da Repent America, Michael Marcavage. O grupo afirmou que pretende apelar da decisão.

Fonte: Folha Online

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