Um juiz ordenou à Igreja Católica Romana nesta terça-feira que divulgue milhares de páginas de arquivos confidenciais e gravações relacionadas a um padre declarado culpado pelas acusações de molestar crianças antes de ser transferido para a Califórnia.
Os arquivos provam que “padres com inclinações sexuais conhecidas têm sido transferidos de um lugar para outro sem considerarem o perigo potencial às crianças da Igreja”, escreveu o juiz. A ação poderia gerar acesso a papéis secretos em casos similares.
Peter D. Lichman, juiz da Suprema Corte de Los Angeles, ordenou que a Arquidiocese de Milwaukee tornasse públicos centenas de páginas dos arquivos secretos disciplinares do ex-padre Siegfried Widera.
Widera foi considerado culpado de perversão sexual em Wisconsin em 1973, depois transferido pela arquidiocese para a Califórnia em 1981. Ele enfrentava 42 acusações de molestar crianças nos dois estados quando morreu em 2003.
A ordem pede acesso aos arquivos de outros padres, que podem mostrar quando a Igreja soube das alegações de abuso e como respondeu a elas. Mais de 700 casos de clérigos que abusam a lei estão pendentes no sul da Califórnia.
A arquidiocese argumentou que os papéis estão protegidos por pela Primeira Emenda e pelos direitos confidenciais de negócios. Advogados da Igreja usaram argumentos semelhantes para manter em sigilo arquivos de padres em centenas de casos.
Ano passado, a Arquidiocese de Milwaukee concordou em pagar a oito vítimas de Widera US$ 13.3 milhões, em adição aos quase US$ 15 milhões que eles haviam recebido em 2004 da Diocese of Orange, na Califórnia.
Fonte: Estadão