A Justiça do Tocantins concedeu uma liminar que afasta o pastor Fagner Rodrigues Pereira do comando da Primeira Igreja Batista de Tocantínia, na região central do estado.
A medida foi tomada após o pedido de um grupo de 12 fiéis que alega que o pastor tentou desviar a doutrina e introduzir práticas que contrariam os princípios da religião.
O advogado do grupo de fiéis, Silas Araújo Lima, informou que há cerca de quatro anos o pastor começou a fazer mudanças no estatuto, inclusive proibindo mulheres de subir ao altar durante os cultos.
“Se trata de desvio doutrinário por parte do pastor. Ele foi introduzir na Igreja Batista de Tocantínia, que tem 80 anos, práticas não condizentes com a doutrina Batista. Entre as quais a inferiorização da mulher”, disse o advogado.
O caso foi levado ao conhecimento do Conselho Batista do Tocantins pelos fiéis em dezembro do ano passado e um grupo de 15 pastores decidiu exonerar o líder religioso em fevereiro. Pereira teria se recusado a acatar a decisão e tentado expulsar membros da congregação que discordavam dele.
O caso acabou indo parar na Justiça, no último dia 15 o juiz Alan Ide Ribeiro deu uma liminar para que o pastor cumpra a decisão do conselho sob multa de R$ 1 mil por dia. Ainda cabe recurso.
O advogado Adriano Coraiola, que defende o pastor, disse que vai recorrer da decisão e que nem ele ou o cliente foram intimados para cumprir a determinação do juiz. Coraiola disse ainda que o processo é político e que a igreja de Tocantínia tem autonomia soberana sobre as decisões internas. Ele disse que o pastor vai se manifestar assim que tiver mais esclarecimentos da medida do juiz.