A Justiça de Goiás decidiu pelo arquivamento do inquérito policial contra o pastor Davi Passamani, líder da Igreja A Casa, em Goiânia, que foi acusado por uma fiel de importunação sexual. A denúncia foi feita pela veterinária Gabriela Palhano, que frequentava o templo.
Segundo o advogado do pastor, Wilson Carlos de Almeida Júnior, a decisão atende a pedido do Ministério Público. Ele disse que as provas apresentadas pela fiel “não têm relevância para fins penais”. Almeida também não descartou uma ação por danos morais contra a veterinária.
“O Ministério Público, ao analisar as provas levadas pela senhorita Gabriela Palhano, entendeu que não houve crime algum. Assim como a autoridade policial o havia feito dias atrás”, apontou.
O advogado também comentou o vídeo em que o pastor admite ter “cometido um erro”, mas nega que tenha sido um crime.
“Houve um erro. Ele admitiu no vídeo que ele gravou, ele, como homem. Mas não houve um crime. Da parte da igreja, o Conselho Pastoral está sempre atento a todos os pastores e sempre cuidando da forma eclesiástica, que é diferente da jurídica” destacou.
Na sua conta do Instagram, o pastor Davi Passamani fez a seguinte publicação:
Não existiu assédio!
No dia de hoje o Juiz de Direito da 7ª Vara Criminal de Goiânia, acolhendo parecer do Ministério Público, determinou o arquivamento do inquérito policial aberto para investigar as queixas da Srta. Gabriela Palhano amplamente divulgadas em suas redes sociais. Isso porque, após análise de todo acervo probatório fora concluído que a conduta do Pastor Davi Passamani “não tem relevância para fins penais”, ou seja, não houve crime algum.
Goiânia, 24 de abril de 2020.
Wilson Carlos de Almeida Junior
OAB/GO 36.643
No dia seguinte a publicação da decisão da Justiça, a veterinária Gabriela Palhano publicou na sua conta do Twitter, um texto onde afirma que a verdade sempre prevalecerá e que não iria se calar.
“A verdade sempre prevalecerá, jamais a mentira e a desonra irá vencer a verdade e a honestidade! Obs: não posso falar nada mais que isso no momento, pois fui proibida, mas deixo claro que não vou me calar, a verdade prevalecerá, seja agora ou dps!”
A verdade sempre prevalecerá, jamais a mentira e a desonra irá vencer a verdade e a honestidade! Obs: não posso falar nada mais que isso no momento, pois fui proibida, mas deixo claro que não vou me calar, a verdade prevalecerá, seja agora ou dps!
— Gabriella Palhano♌ (@gabipalhano_) April 25, 2020
O CASO
A denúncia contra o pastor Davi Passamani foi registrada na Delegacia de Atendimento a Mulher (DEAM) no fim de março. Nela, Gabriela Palhano conta que o suposto assédio sexual ocorreu há mais de dois anos, mas justifica que decidiu denunciar porque soube que Passamani teria abordado outra fiel.
Ela conta que, na época, o líder religioso a procurou dizendo que “queria se abrir” e pediu que ela o visse “como ser humano, e não como pastor”. Ela relatou também que o pastor teria questionado sobre sua vida sexual e feito convites para que ela fosse sozinha em sua casa.
Ainda segundo a fiel, ela foi orientada pelo sogro, que é policial e também pastor evangélico, a continuar as conversas com Passamani para ver quais eram as intenções do líder religioso. Ela seguiu o conselho, mas disse que “chegou ao limite” durante uma videochamada em que Passamani teria pedido a ela para tirar a blusa.
Fonte: Pleno News, Instagram e Twitter