O juiz Gláucio Roberto Brittes de Araújo, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, determinou segredo de Justiça em parte da ação criminal contra Edir Macedo e outros nove integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, acusados de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O processo foi aberto em 10 de agosto. Segundo a assessoria do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, a ação é composta por seis volumes e três serão mantidos sob sigilo, os que tratam de extratos bancários.
A Justiça acolheu a denúncia do Ministério Público de São Paulo, que acusa Edir Macedo e os demais envolvidos de há cerca de 10 anos se utilizar da Igreja Universal para a prática de fraudes em detrimento da própria igreja e de inúmeros fiéis. A defesa da igreja nega as acusações.
Foram denunciados, além de Edir Macedo, Alba Maria da Costa, Edilson da Conceição Gonzales, Honorilton Gonçalves da Costa, Jerônimo Alves Ferreira, João Batista Ramos da Silva, João Luís Dutra Leite, Maurício Albuquerque e Silva, Osvaldo Scriorilli e Veríssimo de Jesus.
A investigação mostra que, somando transferências atípicas e depósitos bancários feitos por pessoas ligadas à Universal, o volume financeiro da igreja de março de 2001 a março de 2008 foi de R$ 8 bilhões, segundo informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda.
A movimentação suspeita da Universal somou R$ 4 bilhões de 2003 a 2008. Os recursos teriam servido para comprar emissoras de TV e rádio, financeiras e agência de turismo e jatinhos.
Outro lado
O advogado dos líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, Arthur Lavigne, afirma que as empresas apontadas pelo Ministério Público como fachada para a movimentação do dinheiro pago por fiéis como dízimo já foram fiscalizadas pela Receita Federal e tiveram suas contas aprovadas.
Lavigne apresentou um “Termo de Encerramento de Fiscalização” da Receita Federal em que está descrita a movimentação, referente ao ano de 2005, de quatro contas da Cremo Empreendimentos S/A nos bancos do Brasil, Safra, Rural e Bradesco.
Fonte: Folha Online