Um casal de Minnesota, Estados Unidos, que recusou a quimioterapia para o filho de 13 anos por motivos religiosos, foi obrigado a conseguir um médico e enviar um raio-X do tumor da criança para determinar se ele ainda teria algum benefício fazendo o tratamento contra o câncer.
O juiz John Rodenberg conclui que Daniel Hauser tem sido “medicamente negligenciado” por seus pais, Colleen e Anthony Hauser.
O juiz autorizou que o garoto ficasse com os pais, notando que eles “o amam e agiram de boa fé”. Mas deu o prazo da próxima terça-feira para que consigam um raio-X atualizado e selecionem um oncologista.
“Se o tumor não tiver aumentado de tamanho e se o prognóstico de Daniel continuar otimista como os médicos testemunharam semana passada, então a quimioterapia e futura radioterapia parecem ser o melhor para Daniel”, escreveu o juiz. Ele ainda acrescentou que não vai pedir a quimioterapia se os médicos acharem que o câncer avançou a um ponto que seja “muito tarde”.
Porém, se a família se recusar ao tratamento, o garoto será colocado sob custódia temporária.
Calvin Johnson, advogado dos pais de Daniel, disse que a família está considerando um recurso. Por enquanto, o menino está cumprindo a ordem e vai fazer o raio-X.
Daniel foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin em janeiro e foram recomendadas seis semanas de quimioterapia. Ele cumpriu uma semana em fevereiro e parou o tratamento. Ele e seus pais optaram por “remédios alternativos”, seguindo crenças religiosas.
Os médicos disseram que, com o tratamento, Daniel tinha 90% de chance de ser curar, porém, sem a quimioterapia as chances eram de 5%. Entidades protetoras da infância acusaram os pais de Daniel de negligência médica e foram ao tribunal para obter a custódia do menino.
A mãe de Daniel, Colleen, tem tratado o câncer do menino com ervas, vitaminas, água ionizada e outras alternativas naturais.
“A negligência médica realmente aconteceu em 29 de abril, quando os pais não seguiram o conselho médico de retornar a um oncologista e em 7 de maio, quando eles ignoraram a recomendação médica de realizar um raio-X. Até então, a família estava procurando um segundo parecer e alternativas”, disse o juiz Ronderberg.
“Os Hausers acreditam que a injeção de quimioterapia em Danny Hauser é um tipo de tortura quando ocorre durante um longo período de tempo”, disse Johnson, advogado da família. “Os pais acreditam que ela é contra a lei espiritual por invadir a consciência de outra pessoa sem sua permissão”, acrescentou.
O casal, que tem oito filhos, é católico romano, e também acredita na filosofia do “não causar dano” da Nemenhah Band. O grupo religioso do Missouri acredita na cura por métodos naturais defendida por alguns índios norte-americanos.
Fonte: UOL