O juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Cuiabá, extinguiu ontem o processo contra o agricultor Martinez Abadio da Silva, 73, acusado de ser o pistoleiro que matou em 1987 o padre jesuíta Vicente Cañas em Juína (MT), a 737 km da capital do Estado.

O julgamento dos acusados começou ontem em Cuiabá, após 19 anos do crime. Martinez, porém, segundo o juiz, não poderia mais ser condenado devido à sua idade e também ao tempo decorrido entre o crime e a data da denúncia feita contra ele no processo.

Martinez só foi denunciado 12 anos depois do crime à Justiça Federal, pois havia conflito de competência a respeito do processo, que de início ficou com a Justiça Estadual.

O Ministério Público Federal fez a denúncia à Justiça Federal porque o padre trabalhava na demarcação da terra indígena Enawenê-Nawê, quando foi assassinado. A disputa pela área foi o motivo do crime.

Conforme a denúncia do MPF, os autores do crime encontraram o padre tomando banho em um rio na fazenda Londrina e o mataram com dois golpes de borduna e duas facadas.

Após extinguir o processo contra Martinez, o juiz deu início ao julgamento do ex-delegado da Polícia Civil Ronaldo Antônio Osmar, acusado de ser o mandante do crime. José Vicente da Silva, acusado de ser outro pistoleiro, será julgado no dia 31, conforme decisão tomada ontem pelo juiz.

Fonte: Folha Online

Comentários