O juiz Luiz Fernando Rodrigues Guerra, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, negou o pedido para que o filme Lindinhas (Cuties, em inglês), acusado de sexualizar crianças, fosse removido da Netflix.
A decisão é uma resposta à ação movida pela organização religiosa Templo Planeta do Senhor.
O magistrado rejeitou o pedido de liminar afirmando que a Netflix não violou as leis e que a exclusão do filme seria uma forma de censura.
“É uma forma indefensável de censura, pois pretendia a supressão da liberdade de informação e, sobretudo, da liberdade de educação familiar”, apontou Guerra.
O juiz disse ainda que pais e responsáveis têm autonomia para decidir o que os filhos irão assistir.
No processo movido pelo grupo religioso, eles acusam a produção de origem francesa de ser “um prato cheio para a pedofilia”. A entidade também alega que as meninas do filme usam “vestimentas sensuais, blusas curtas e calças apertadas”.
A ministra dos Direitos Humanos Damares Alves também pediu a suspensão do filme na plataforma, além da abertura de uma investigação contra a Netflix por distribuir o filme.
“Estou brava, Brasil! Estou muito brava! É abominável uma produção como deste filme”, classificou a ministra após o lançamento do filme.
Reprovação
A reprovação contra o filme teve início quando a Netflix anunciou o lançamento do longa em sua plataforma de streaming com a publicação de um banner, no qual as personagens apareciam usando roupas curtas e coladas no corpo, em posições sensuais.
Após receber uma torrente de críticas dos internautas, a Netflix retirou a publicação e se desculpou pela imagem, mas não cancelou o lançamento do filme.
No canal do Youtube, o trailer do filme já tem mais de 2 milhões de dislikes (contra 61 mil likes).
O conhecido guia de entretenimento IMDb também alertou aos pais que o filme “Cuties” contém cenas fortes e pode ser considerado um exemplo de pedofilia.
“Aviso aos pais: Durante uma das muitas cenas de dança altamente sexualizadas e eróticas que exploram e objetificam propositadamente diversas garotas menores de idade seminuas, uma das dançarinas levanta sua blusa cortada para exibir totalmente o seio nu. Isso é legalmente definido como pedofilia e pode ser extremamente angustiante para muitos espectadores”, dizia parte do alerta.
“Aviso de gatilho: uma menina de 11 anos assiste a um videoclipe de rap feminino em que mulheres nuas desempenham papéis de dança em atos sexuais heterossexuais e lésbicos. Um grupo de dança feminina de 11 anos então imita esses movimentos sexuais através de si mesmas e umas das outras enquanto a câmera amplia suas partes sexuais enquanto elas se retorcem eroticamente. Isso pode ser muito angustiante para muitos espectadores”, dizia outro trecho.
“Nudez dos seios femininos de um menor durante uma cena de dança erótica e grandes e excessivas fotos de seios, bumbum e virilhas abertas de meninas de 11 anos com pouca roupa durante várias rotinas de dança sexualizada”, finalizava o alerta.
Fonte: Pleno News e Guia-me