Leonardo Gonçalves disse, com exclusividade ao site evangélico Guia-me que há um certo desconhecimento sobre o judaísmo por parte dos cristãos, mas o apoio da igreja tem sido essencial.

A conhecida “teologia da substituição” interpreta que a promessa de Deus aos israelitas foram entregues aos cristãos. Sobre o assunto, o cantor Leonardo Gonçalves disse, com exclusividade ao GUIAME, que gostaria de acreditar que esse tipo de preconceito não existe mais. “A teologia da substituição é muito complicada. Gostaria de acreditar que o mundo está menos antissemita. Às vezes a gente pensa que não, mas existe o antissemitismo sim. É a mesma coisa que dizer que não existe racismo no Brasil, existe.”

A relação de Leonardo com o Estado de Israel se refletiu em um de seus trabalhos, lançado em 2010. O CD “Avinu Malkenu” (Nosso Pai, Nosso Rei, em tradução ao português) foi gravado com canções em hebraico, com a finalidade de dialogar com os judeus.

No entanto, foi a canção “Sublime” que abriu as portas de Israel para o cantor. Leonardo participou da Sessão Solene em Homenagem à Data Nacional da Criação do Estado de Israel na Câmara dos Deputados, que aconteceu no dia 20 de maio em Brasília. No evento, o “Hatikvah”, hino nacional de Israel, foi interpretado por Gonçalves. O convite foi feito pela própria embaixada do país.

“O embaixador Reda Mansour veio ao Brasil em julho, assumiu em agosto do ano passado, e no fim do ano postou a música ‘Sublime’. Eu sempre acompanho as menções que fazem sobre mim nas redes sociais e achei aquilo muito curioso”, conta Leonardo. “Comentei a postagem dele e repostei. Ele me respondeu e nos falamos um pouco pela internet. Então, depois de um tempo, o pessoal da embaixada israelense entrou em contato com o Thiago Grulha, que é meu assessor, e me convidou para cantar o Hatikvah.”

[b]Relação Israel x Brasil
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Em julho do ano passado, em meio aos conflitos entre Israel e a Palestina, o governo brasileiro convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Henrique Pinto, de volta a Brasília e chamou o embaixador de Israel em Brasília, Rafael Eldad, para expressar seu protesto. Diante disso, o então porta-voz do ministério de relações exteriores de Israel, Yigal Palmor, disse que a atitude mostrava porque o Brasil era ao mesmo tempo um “gigante econômico” e um “anão diplomático.”

Palmor ainda ironizou a derrota do Brasil para a Alemanha na Copa, comparando com a desproporcionalidade do número de mortos entre israelenses e palestinos. “Quando um jogo termina em empate você acha proporcional, e quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida real e sob a lei internacional”.

“Esse embaixador saiu, e entrou um novo em consequência disso. Não justifica o que ele falou, a maneira como ele se posicionou contra o Brasil sendo que ele mora aqui, mas é compreensível que gere tensões”, comenta Leonardo. “É difícil de a gente entender porque o governo do Brasil é de esquerda, mas apoiam os árabes, que são todos de direita. Israel é um país de esquerda, tem um partido dos trabalhadores fortíssimo. Não dá para entender porque o governo do Brasil, o executivo em especial, apoia tanto países que apedrejam mulheres por adultério, que não deixam mulheres estudar. Se é difícil para a gente entender, imagina para Israel.”

[b]Apoio da Igreja
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Leonardo ressalta a importância dos parlamentares evangélicos no apoio a Israel. “Por causa dos evangélicos no executivo, há muita gente que apoia Israel. Mês passado oito deputados evangélicos foram para Israel, e mês que vem vão mais nove. Por mais que eles vão como turismo, é também uma visita oficial. Eles representam o Brasil.”

O cantor explica que há um certo desconhecimento sobre o judaísmo por parte dos cristãos, mas o apoio da igreja tem sido essencial. “Nós estamos fazendo a diferença, seja pelos motivos que for. Muitas vezes os evangélicos não têm uma compreensão religiosa muito correta sobre o judaísmo, às vezes por ignorância rola até um desrespeito da nossa parte pelos costumes e tradições, mas ao mesmo tempo é um apoio”, disse Leonardo.

“Ninguém tem a obrigação de ser perito em judaísmo. Mas por exemplo, na segunda noite da celebração, como não é um evento religioso os judeus vão vestidos normalmente. Já a galera cristã vai de quipá, talit e todos os apetrechos do judaísmo religioso, sendo que aquele é um evento cívico, pelo menos para os judeus. É curioso. Mas não tem jeito, é apoio à Israel”, disse o cantor. “Às vezes não há compreensão, mas é apoio, e Israel precisa de apoio.”

[b]Fonte: Guia-me[/b]

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