Em entrevista ao DCM (Diário do Centro do Mundo), na live Café da Manhã, o bispo Felner Batalha, de Angola, disse ter certeza de que o movimento reformista que afastou Edir Macedo do comando da Universal do Reino de Deus no país vai se espalhar por todo o mundo.
“Tenho certeza, porque os problemas que vivemos aqui ocorrem em todos os países”, disse ele.
Felner diz que a igreja se afastou dos princípios cristãos para atender a outro projeto, de empoderamento de seus líderes, sobretudo Edir Macedo.
Felner garantiu ter provas de prática racista por parte de Edir Macedo e outros pastores e também de evasão de divisas. Citou casos de “branqueamento de capitais”, mas, sobre essa denúncia, disse não ter provas.
O racismo de Edir Macedo foi testemunhado por “mais de duzentas pessoas”.
Em reuniões internas, ele teria dito:
“Eu prefiro morrer do que perder essa causa para um negro.”
Também teria afirmado, em relação a membros dissidentes da igreja, que “não se deve dar pérola a porcos”.
Há outros líderes brasileiros que também teriam se referido aos membros angolanos da igreja de forma racista.
Teriam dito:
“Os africanos cheiram mal.”
“Os negros têm lábios grossos e nariz avantajados porque seus antepassados olhavam para gorilas e macacos nas selva.”
Felner, um dos líderes da igreja no país, relatou que expôs ao próprio Edir Macedo que os desvios da igreja — feitos em benefício dele — levariam a uma reforma que o afastaria de comando da Universal.
O bispo também falou sobre a tentativa de Jair Bolsonaro de interferir no racha da igreja em Angola, ao enviar carta ao presidente do país, José Lourenço, com argumentos em favor de Edir Macedo.
“Angola é um país soberano”, destacou. Ele disse que as instituições do país já se posicionaram em favor da reforma da qual ele próprio participa.
O bispo antecipou que, na nova Universal em Angola, pretendem reforçar o papel da mulher na sociedade, com o “empoderamento” delas.
Felner elogiou o Brasil por ter eleito duas vezes uma mulher para a presidência, no caso Dilma Rousseff. “Angola não chegou a tanto”, declarou.
O bispo negou que a crise da Universal em Angola tenha motivação xenófoba. “Pastores e cidadãos brasileiros são muito bem vindos”, disse.
Ele insistiu que é contra os crimes que foram cometidos pelo grupo de Edir Macedo, e a orientação não cristã que esses líderes davam aos fiéis.
Sair da igreja para fundar outra?
Por quê? Isso seria reconhecer que Edir Macedo é proprietário da igreja. E igreja, em tese, não tem dono, já que é, em termos jurídicos, uma associação.
Em tese, porque no Brasil, as igrejas neopentecostais têm patrão, que ficaram milionários com empreendimentos relgiiosos.
Veja a live:
Fonte: Diário do Centro do Mundo