O imame da Grande Mesquita de Nuakchott (a mesquita saudita), o xeque Ahmed Ould Lemrabott, atacou ontem, em seu sermão da sexta-feira, as posições dos opositores ao golpe que derrubou, em 6 de agosto, o ex-presidente Sidi Mohammed Ould Cheikh Abdallahi.

Ould Lemrabott se referiu implicitamente à Frente Nacional para a Defesa da Democracia (FNDD), hostil ao golpe de Estado, ao advertir ao grupo contra qualquer “incitação aos inimigos da nação islâmica” que imponham “sanções ao povo e à pátria” mauritanos.

A expressão “inimigos da nação islâmica” é uma alusão indireta, mas clara, à comunidade internacional, especialmente a União Européia (UE), que ameaçou adotar sanções contra a Mauritânia depois do golpe liderado pelo presidente do Alto Conselho de Estado, o general Mohammed Ould Abdelaziz.

“Não estimulem a imposição de um bloqueio contra o povo mauritano, já que não são capazes de controlar as decisões tomadas pelos inimigos da Mauritânia e do Islã”, declarou o imame em alusão aos dirigentes da FNDD, em seu sermão divulgado ao vivo pela rádio nacional.

Em seu sermão da última sexta-feira, Ould Lemrabott havia elogiado as declarações do presidente senegalês, Abdoulaye Wade, que tinham rejeitado a possibilidade da adoção de sanções contra a Mauritânia.

Alguns fiéis, descontentes com sua posição, abandonaram então a mesquita em sinal de protesto contra as declarações do imame, que também provocou reações desfavoráveis de parte da FNDD.

Fonte: EFE

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