Entre os feridos do atentado suicida que aconteceu no dia 23 de abril último estava um grande número de crianças e freiras dominicanas. O ataque aconteceu na vila cristã de Tell-el-skop ao norte de Mosul.

Ataques suicidas ao norte do país têm chamado a atenção de líderes religiosos que pedem pela socorro. “Encontrem uma maneira de nos salvar, a Igreja em todo o Iraque está sob grande ameaça, suplicamos ajuda para que o nosso apelo seja levado ao mundo”, disse Rabban al Qas, bispo caldeu de Amadiyah e Erbil.

O bispo falou do Curdistão, que era considerado até pouco tempo atrás um oásis de calmaria, onde os cristãos do Iraque podiam encontrar refugio. Ele falou da “assustadora situação” da comunidade (cristã) nas grandes cidades e nas pequenas vilas.

O ataque de Tell-el-skop, em que um carro bomba explodiu, aconteceu próximo ao quartel general do Partido Democrata do Curdistão, e não foi o primeiro ataque dessa gravidade ao partido político liderado por Massoud Balzani.

A explosão causou sérios danos próximos ao convento dominicano, à escola primária e ao jardim de infância os quais as irmãs administravam. Ao menos dez pessoas morreram, entre elas, duas crianças; entre os 140 feridos, havia dois religiosos. Uma irmã que presenciou o ataque disse que a explosão aterrorizou algumas pessoas, que até aquele momento nunca haviam testemunhado tal ato de violência em suas vilas.

De acordo com uma fonte local, a extensão dos ataques ao norte do país foi premeditada. “Eles querem atacar os cristãos e minorias religiosas para provar que não há plano de segurança, nem barreira de proteção que os EUA possam construir e que sejam capazes de protegê-los”. Não foram excluídos os motivos político-econômicos: “Nós atacaremos os curdos e também aos cristãos, cujas demandas das reservas de petróleo de Kirkuk são intoleráveis para muitos grupos no Iraque e fora do país” acrescentou a fonte.

As áreas mais atingidas pela violenta continuam sendo Bagdá e Mosul. Fontes cristãs de Bagdá confirmam que o “massacre” no bairro Dora, em que sunitas mataram xiitas e impuseram conversão ou exílio aos cristãos, continua. Mesmo alguns cristãos que tinham a esperança de ver seu país livre e gozando de paz agora falam de “um Iraque sem esperança, pelo menos pelos próximos dez anos”.

Fonte: Portas Abertas

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