Líderes espirituais da comunidade de judeus negros provenientes da Etiópia começaram uma campanha para expulsar os membros que operam como missionários cristãos, informou o jornal “Jerusalem Post”.

Os dirigentes de cerca de 70 mil judeus de origem etíope, que estão entre as classes mais humildes da sociedade israelense, anunciaram a elaboração de uma “lista negra” com o nome dos missionários que, clandestinamente, tentam aproximá-los da igreja etíope.

Os cristãos do país têm uma capela na Terra Santa ao lado da entrada do Santo Sepulcro, na cidade de Jerusalém, e uma grande basílica na rua dos etíopes, do lado ocidental, que ganhou vida graças aos imigrantes.

“O pior castigo para um etíope é que o condenem ao ostracismo”, disse Itzhak Zagai, rabino chefe do grupo na cidade de Rehovot.

O presidente do Conselho dos Kohanim (sacerdotes), Kes Avihu Azaria, disse que o proselitismo dos missionários cristãos é um fenômeno conhecido, principalmente depois que imigrantes da seita dos Falash Mura –que se declaram judeus, mas cujas raízes são cristãs –começaram a chegar a Israel.

“Atualmente, os missionários (da igreja etíope) estão ativos em todo o país”, afirmou Azaria.

O rabino Zagai, acrescenta o jornal, ameaçou o prefeito de sua cidade, Shuki Forer, com “violentas reações” da comunidade se essas atividades não forem proibidas.

Segundo o sacerdote Samai Elias, “os etíopes têm uma compreensão simples do judaísmo e, portanto, são facilmente persuadidos (pelos missionários) a aceitarem Jesus em sua religião”.

Elias citou um dos imigrantes, que disse esta semana à rádio israelense em amhari –seu idioma– que é “um judeu que acredita em Jesus”, como os de uma seita chamada Judeus de Jesus.

Dirigentes da comunidade alegam que os missionários, patrocinados financeiramente por colegas que fazem proselitismo entre os imigrantes que chegam à Europa e aos Estados Unidos, oferecem presentes e também dinheiro aos necessitados para convertê-los.

Fonte: Folha Online

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