Quatro dias depois da captura e execução de Muammar Gaddafi (foto), o Conselho Nacional de Transição realizou a crimônia de ‘libertação’ oficial da Líbia.

Deu-se na cidade de Benghazi, onde nasceu a revolta que, tonificada pela Otan, prevaleceu sobre a ditadura de 42 anos de Gaddafi.

Em discurso, Mustafa Abdel Jalil, líder da transição, disse que a base da constituição do novo governo deve ser a sharia (lei islâmica).

Em tradução livre, sharia significa ‘caminho’ ou ‘rota para a fonte de água’. É usada como base teórica para a definição da estrutura juridica de sociedades islâmicas.

Regula o cotidiano público e privado das pessoas –política, economia, organização familiar, suxualidade etc.

“Qualquer lei que contradiga a sharia islâmica é nula e vazia, legalmente falando”, disse Mustafa Jail, o mandachuva da transição líbia.

Sob Gaddafi, a poligamia foi proibida e o divórcio permitido.

E Mustafa: “Um exemplo é a lei de casamento e divórcio, que restringe a possibilidade de ter múltiplas esposas. Essa lei vai contra a sharia islâmica e será rejeitada.”

Ele arrancou aplausos da platéia ao anunciar a intenção de reformar o sistema bancário.

“Tentaremos em particular estabelecer bancos islâmicos que […] proibirão a usura no futuro, de acordo com a tradição islâmica.” A Sharia proíbe a cobrança de juros.

Quando levado ao pé da letra, o código de leis do islamismo pode produzir punições que chocam o mundo ocidental.

A sharia prevê, por exemplo, que mulheres condenadas por adultério devem ser enterradas até o pescoço e apedrejadas até a morte.

Resta agora saber até que ponto os futuros legisladores da “nova” Líbia incorporar os preceitos da sharia na Constituição do país.

[b]Fonte: Blog do Josias – UOL[/b]

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