Um novo livro de um ex-funcionário da Casa Branca, cujas partes mais relevantes foram filtradas à rede de televisão “MSNBC”, assegura que membros da equipe do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, zombavam dos cristãos evangélicos.

O livro cita o principal assessor de Bush, Karl Rove, que supostamente chamava aos evangélicos de “loucos” ou “tolos”, embora em público tratou sempre de cortejá-los e assegurar seu respaldo.

Os cristãos evangélicos, de tendência marcadamente conservadora, constituem um dos grupos nos quais mais apoiaram Bush e os republicanos para sedimentar suas vitórias eleitorais.

As revelações de David Kuo, o ex-“número dois” no Escritório de Iniciativas Religiosas e Comunitárias da Casa Branca, abriram uma controvérsia no Partido Republicano, que procura manter sua maioria parlamentar nas eleições do próximo 7 de novembro.

O porta-voz de Bush, Tony Snow, se apressou em desmentir as afirmações de Kuo, e assegurou que Rove lhe disse que “eles são seus amigos, não falaria assim deles”.

Nas campanhas eleitorais do 2002 e 2004, relata Kuo, os funcionários de Iniciativas Religiosas se reuniram com congressistas republicanos a pedido da Casa Branca para tratar de publicidade.

Kuo abandonou a Casa Branca em 2003, após o qual, segundo o porta-voz Snow, escreveu uma carta a Bush elogiando sua atitude e a de sua equipe em relação ao Escritório de Iniciativas Religiosas.

No entanto, em suas revelações Kuo sustenta que “os líderes nacionais cristãos recebiam abraços e sorrisos e depois eram descritos pelas costas como ‘ridículos’ e ‘fora de controle'”.

Kuo não foi o primeiro de seu departamento em criticar as práticas da equipe de Bush.

O primeiro diretor do Escritório, John Dilulio, renunciou aos sete meses de mandato e chegou a dizer que a Casa Branca estava regida por “maquiavélicos” que antepõem a política a todo o mais.

A chegada deste livro se situa em um contexto de afastamento das bases ultraconservadoras de Bush, por causa de assuntos como o escândalo do congressista Mark Foley, que se demitiu após serem conhecidas mensagens com conteúdo sexual que enviava a estagiários menores de idade no Capitólio.

O polêmico livro estará à venda nos EUA a partir da segunda-feira.

Fonte: EFE

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