As autoridades egípcias mandaram tirar de circulação um livro recém-lançado com frases ofensivas à minoria copta egípcia, que representa 10% da população do país, segundo o jornal “Al-Masri AlYaum”.

Publicado no começo do ano com autorização do Ministério de Assuntos Islâmicos, o livro, escrito pelo filósofo muçulmano Mohammed Amarah e que era vendido por uma libra (0,15 euro), contém comentários que justificam o massacre de cristãos.

Na obra, intitulada “A sedição e a excomunhão entre xiitas, wahhabistas e sufis”, Amarah cita um autor medieval, Mohammed al-Ghazali (morto em 1111), que considerava legítimo o derramamento de sangue de judeus e coptas.

O mesmo Ministério de Assuntos Islâmicos ordenou agora a retirada de circulação do livro, numa tentativa de abafar mais uma polêmica que coloca os coptas contra a maioria muçulmana.

“As frases do livro com as citações de Ghazali contradizem de modo flagrante os princípios do Islã”, destacou o ministério num comunicado.

Num comunicado, a Igreja Ortodoxa Copta reclamou da medida, que, na sua opinião, chega muito tarde, uma vez que “já foram vendidas muitas cópias e será difícil recuperá-las”.

Nos últimos dez anos, a convivência entre coptas e muçulmanos, em geral pacífica, atravessou momentos de tensão, o mais grave deles em 2004, quando extremistas muçulmanos atacaram várias igrejas da cidade de Alexandria após os rumores de que as mesmas exibiam um vídeo contra o Islã.

Fonte: Portas Abertas

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