Uma enfermeira do País de Gales publicou um livro em que descreve situações em comum pelas quais pessoas que quase morreram disseram ter passado.

Nos últimos dez anos, Penny Sartori entrevistou 300 pacientes internados em unidades de terapia intensiva e conseguiu 15 depoimentos completos.

Os relatos estão no livro Experiências de Quase-Morte em Pacientes Internados em Terapia Intensiva – Um Estudo Clínico de Cinco Anos (em tradução livre).

“Fiz o estudo com uma grande variedade de pacientes na terapia intensiva, incluindo os que estavam muito doentes ou próximos da morte”, disse a enfermeira. “Consegui os melhores resultados quando estudei pacientes de infarto.”

A enfermeira, que começou a estudar o assunto em 1998, afirma que as pessoas que passaram pelas experiências se viam “flutuando sobre elas mesmas”.

“Os pacientes também foram capazes de lembrar com precisão o que havia ocorrido na sala onde se encontravam no hospital, apesar de terem estado inconscientes e de olhos fechados”, afirmou.

Túnel

Sartori revelou que pesquisados relataram que se viam percorrendo um túnel em direção a uma luz brilhante. Alguns contaram que se encontraram com uma figura que lhes disse “sua hora ainda não chegou” e outros, que tinham se encontrado com familiares já mortos e se comunicado com eles por telepatia.

“Alguns pacientes informaram que viram toda sua vida projetada em apenas um instante”, disse a enfermeira. No final das experiências de quase-morte, alguns pacientes relataram ter flutuado de volta para seus corpos, e outros sentiram como se despertassem de repente.

A autora explica que muitas das experiências de quase-morte, em geral, podem ser explicadas pelo efeito das endorfinas, substâncias químicas que o organismo libera e produzem sensação de bem-estar, e também pelos níveis anormais de gases, como oxigênio, no sangue. Sartori disse que levou esses fatores em conta ao analisar os relatos.

Consciência

Segundo a enfermeira, apesar de apenas 15 dos 300 pacientes ouvidos terem conseguido descrever suas experiências de quase-morte, essas sensações podem ser comuns em pessoas que estão morrendo.

Para alguns dos pacientes seria mais difícil relembrar a experiência. “É como quando nos esquecemos de um sonho ao acordar”, disse Sartori. A enfermeira disse que vai continuar pesquisando experiências de quase-morte.

“Não acredito que se trate apenas de existir a vida depois da morte”, explicou a pesquisadora, “mas do que é a consciência e da forma como a definimos”.

Fonte: BBC Brasil

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