Rebeca Andrade - Foto: Reprodução
Rebeca Andrade - Foto: Reprodução

“Deus é bom o tempo todo”. Foi assim que a ginasta Rebeca Andrade, de 22 anos, agradeceu por seu marco histórico: ela conquistou no domingo (1) a primeira medalha de ouro na ginástica artística para o Brasil.

Rebeca ainda se tornou ainda a primeira mulher brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos, já que havia conquistado a prata no individual geral.

Em conversa com Galvão Bueno, a mãe da ginasta, Dona Rosa, revelou que a preparação de Rebeca não foi feita apenas com treinos, mas foi também “na base da oração”.

“A preparação foi espiritual mesmo. Somos evangélicos, então nos preparamos espiritualmente, com muita oração e pensamento positivo, porque o restante teria de ser com ela. É muito treino e muita concentração. Então o que ela tinha de fazer, ela estava fazendo”, afirmou Dona Rosa.

A ex-ginasta e comentarista da ginástica olímpica, Daiane dos Santos, havia observado a calma e serenidade de Rebeca, que foi herdada de Rosa. A mãe da ginasta explicou: “O que a gente tinha de transmitir para ela era essa tranquilidade que você fala que eu tenho no jeito de falar e na base da oração mesmo”, acrescentou.

Nesta segunda-feira (2), Rebeca disputou a final do solo e ficou na quinta colocação, somando 14.033 pontos.

“Jamais poderia esperar tudo que aconteceu aqui. O atleta de alto rendimento sempre quer ganhar medalhas, mas eu acho que ganhei muito mais que só as medalhas. Eu ganhei a admiração das pessoas, o respeito, eu fiz história. Eu representei um país inteiro. O peso destas medalhas está sendo muito grande e estou muito feliz de orgulhar todo mundo, principalmente a minha família e o meu treinador”, disse Rebeca ao Comitê Olímpico do Brasil.

História de superação

Rebeca teve uma origem humilde na periferia de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Ela começou a carreira aos 4 anos no Projeto Iniciação Esportiva de Guarulhos, com treinamentos no ginásio municipal Bonifácio Cardoso.

Na época, a mãe da ginasta trabalhava como empregada doméstica para criar sozinha os oito filhos. A família morava numa casa de apenas um cômodo, onde todos dormiam, e o banheiro do lado de fora.

Dona Rosa se esforçava para garantir que a filha fosse aos treinos, mas muitas vezes não tinha dinheiro para pagar o transporte.

A primeira treinadora de Rebeca, Mônica Barroso dos Anjos, diz que a atleta foi ao ginásio para fazer um teste em 2005 pela primeira vez, com a tia que trabalhava no local. “Quando eu bati o olho eu falei: ‘Nossa, uma ginasta’. Eu peguei na mãozinha dela e pedi para ela pular e disse: ‘Meu Deus! Caiu aqui no ginásio uma futura Daiane dos Santos’”, disse ela a GloboNews.

Com a ajuda da técnica Keli Kitaura, aos 9 anos, Rebeca foi levada para treinar em Curitiba, num importante centro da ginástica artística brasileira. Se revelando como uma promessa da ginástica, logo depois, a atleta foi contratada pelo Flamengo e, junto com Keli, se mudou para o Rio de Janeiro.

Hoje, graças ao seu sucesso na ginástica artística, Rebeca pode dar uma casa melhor para sua mãe, que foi quem a convenceu a nunca desistir do esporte.

Fonte: Guia-me com informações de O Globo

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