Reunião Anual da Convenção Batista do Sul de 2019 em 11 de junho de 2019
Reunião Anual da Convenção Batista do Sul de 2019 em 11 de junho de 2019

Um ano depois de relatar o maior declínio de membros em mais de 100 anos, as igrejas na Convenção Batista do Sul, a maior denominação protestante dos Estados Unidos, perderam mais de 400.000 membros em 2020 e estabeleceram um novo recorde de queda de fiéis em um único ano.

O relatório anual mostra que 435.632 membros se desligaram da SBC (na sigla em inglês) em 2020 — uma taxa 51% maior do que os 287.655 membros que a denominação perdeu de 2018 a 2019.

O declínio no número de membros em 2020 segue uma tendência de 14 anos, que começou quando o número a SBC atingiu o pico de 16,3 milhões de fiéis em 2006. Desde então, a denominação diminuiu o número de membros em quase 2 milhões, contando agora com 14 milhões de fiéis.

Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay Research, divisão de pesquisa da SBC, disse em um comunicado que o intenso declínio é explicado pelas restrições da pandemia de Covid-19, que resultou na diminuição de batismos e mortes ligadas à doença.

“Muitos líderes relataram suas tentativas de permanecer em contato com sua igreja durante a pandemia”, disse McConnell. “Conforme as igrejas redescobriram o telefone, eles também descobriram alguns em suas listas de membros que se mudaram, se filiaram a outra igreja ou não queriam mais ser membros”.

Um declínio de quase 50% do batismo nas congregações da SBC também foi relatado em 2020, que também foi impactado pela pandemia: cerca de 123.160 batismos foram relatados em 2020, em comparação com 235.748 em 2019.

“O distanciamento social é útil para conter a pandemia, mas dificultou o encontro de novas pessoas, as convidando para ir à igreja e as ajudando a dar um passo de obediência para serem batizadas”, disse McConnell.

O relatório constata que a pandemia dificultou o alcance das igrejas e os esforços de evangelismo, apesar dos cultos e reuniões online. “O último ano que os Batistas do Sul viram essas poucas pessoas seguirem a Cristo pela primeira vez foi em 1918 e 1919, quando a gripe espanhola estava varrendo o mundo”, observa McConnell.

Em 2019, quando os batismos da SBC diminuíram em mais de 4%, McConnell atribuiu o declínio à crescente secularização da América.

Um estudo recente do Pew Research Center aponta que apenas 65% dos americanos se identificam como cristãos. Os ateus, agnósticos e pessoas que não se identificam com nenhuma religião aumentaram para 26% da população dos EUA.

Além da Covid-19, outros assuntos desgastaram a SBC em 2020, como as questões raciais, informa o site The Christian Post.

Alguns líderes negros deixaram a denominação no ano passado depois de terem seu pedido negado pelo Conselho de Presidentes de Seminário. A Associação Nacional de Afro-Americanos queria abraçar uma teoria acadêmica que examina o “racismo sistêmico”, mas o Conselho considerou que a chamada Teoria Crítica da Raça (CRT) não é compatível com a declaração de fé da SBC.

Outros líderes importantes anunciaram sua saída da denominação, como a professora e líder do Ministério Living Proof, Beth Moore, explicando que “não conseguia mais se identificar com os batistas do sul”.

Russell Moore, chefe da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da SBC nos últimos oito anos, anunciou na terça-feira passada (18) que deixará a agência para assumir um novo papel no Christianity Today, como diretor do Projeto de Teologia Pública do periódico cristão.

Fonte: Guia-me com informações de The Christian Post

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