A maioria dos cristãos, nos Estados Unidos, apoiam o boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, na China, revelou uma pesquisa recente do Pew Research Center.
De acordo com o Christianity Today, a audiência americana das Olimpíadas está baixa, incluindo a transmissão da cerimônia de abertura, que bateu o recorde de queda de telespectadores.
Em janeiro, a Missão Portas Abertas dos EUA pediu aos cristãos que boicotassem as Olimpíadas na China, em protesto a perseguição sofrida pelos irmãos chineses.
Segundo a pesquisa do Pew Research Center, entre os cristãos americanos que ouviram sobre o boicote, mais de 66% concordam com a ação de protesto. Os cristãos entrevistados incluíam evangélicos, protestantes tradicionais e católicos.
O estudo, realizado entre 10 a 17 de janeiro, também descobriu que metade dos americanos não sabiam “nada” sobre o boicote aos Jogos de Pequim. Deste grupo, 26% aprovaram e 21% reprovaram a iniciativa.
Boicote como protesto contra a perseguição
O boicote aos Jogos de Pequim foi iniciado pelos EUA, devido a violações de direitos humanos de minorias religiosas, como os uigures e cristãos, por parte do governo comunista da China. Seguindo o exemplo americano, o Reino Unidos, Canadá e Austrália também aderiram ao boicote diplomático.
De acordo com o diretor da Portas Abertas dos EUA, David Curry, as Olimpíadas de Pequim, que iniciam em 4 de fevereiro, é “um exemplo de como a China está usando esportes, dinheiro e investimentos em infraestrutura em todo o mundo para encobrir suas violações de direitos humanos”.
Segundo Zhang Wei*, um contato local da Portas Abertas, o governo chinês já avisou aos cristãos perseguidos para que se “comportem” e permaneçam em silêncio durante o evento olímpico.
Preocupação com os uigures
Durante reunião da terceira comissão da Assembleia Geral da ONU, em outubro de 2021, 43 países exigiram que a China “garanta o respeito do Estado de Direito” aos uigures em Xinjiang.
“Estamos particularmente preocupados pela situação na região autônoma uigur de Xinjiang”, ressaltou o diplomata francês, citando relatos críveis da existência de “campos de reeducação política onde mais de 1 milhão de pessoas estão detidas arbitrariamente”.
A declaração do diplomata fala também de tratamento cruel, desumano e degradante, esterilização forçada, violência sexual e de gênero, e separação forçada de crianças, voltadas “desproporcionalmente aos uigures e aos membros de outras minorias”.
Os cristãos chineses, em particular, têm sido perseguidos e ameaçados a enviar seus filhos para campos de reeducação do governo. Uma das formas de pressionar os pais é dizendo que vão retirar a guarda deles sobre seus próprios filhos.
A China está na 17° posição na Lista Mundial da Perseguição 2022 da Portas Abertas.
*Nome alterado por razões de segurança.
Fonte: Guia-me com informações de Christianity Today