Janelas quebradas e telhado destruídos caracterizam a Catedral da Santa Intercessão em Zaporizhzhia desde 10 de agosto. Naquele dia, o prédio foi atingido por um míssil russo.
Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, mais de 500 igrejas foram gravemente danificadas pela violência da guerra.
É o que demonstra o projeto de pesquisa “Igrejas sob fogo”. O objetivo do projeto era documentar a “destruição do patrimônio cultural para levar a Federação Russa à justiça por este crime de guerra no futuro”, disse Iryna Lysenko durante uma conferência de imprensa. Lysenko é o chefe do projeto.
“Igrejas sob Fogo” incluía uma plataforma online onde fotos e vídeos podiam ser coletados de igrejas danificadas e destruídas, explicou Lysenko durante a conferência de imprensa. A informação também vem de testemunhas locais da violência da guerra que “afeta todas as denominações, não apenas a Igreja Ortodoxa Ucraniana (Patriarcado de Moscou) ou a Igreja Ortodoxa da Ucrânia”.
O consultor científico envolvido na pesquisa, o especialista religioso Yuriy Chornomorets, classificou a destruição das igrejas como “bárbara” durante a coletiva de imprensa. Ele enfatizou que o exército ucraniano tenta salvar as igrejas da violência ao não tomar posição ao lado delas.
Roksolana Makar acredita que a Ucrânia tem todo o direito de “exigir justiça nos tribunais internacionais” pela “enormidade do que os militares russos estão fazendo às igrejas ucranianas e aos monumentos culturais ucranianos em geral. Makar é especialista em documentação de patrimônio para processos criminais.
Ela percebe que será um processo judicial longo, que pode levar até dez anos. Ao mesmo tempo, ela salienta que a atual documentação da violência contra as igrejas está acontecendo de acordo com a metodologia internacional.
Os especialistas selecionam edifícios que podem servir como prova indiscutível de que os militares russos “realmente cometeram crimes contra o patrimônio cultural durante a guerra”, escreve Risu.ua. Estas “evidências” são então preparadas para que possam ser utilizadas em processos judiciais perante tribunais internacionais.
Folha Gospel com informações de CNE