Além da violência e das ameaças de grupos criminosos, cristãos no México enfrentam os deslocamentos em massa como resultado da pressão das gangues. Famílias são obrigadas a abandonar suas casas, e muitas vezes o ministério, em busca de segurança.
Juan* e Rebeca*, que se dedicam ao ministério de evangelismo no México há mais de 15 anos, vivem em uma área controlada por traficantes de drogas. Eles se dedicam a alcançar pessoas diretamente envolvidas com as gangues, como usuários de drogas, traficantes e agiotas.
Em fevereiro deste ano, um dos jovens que o casal discipulava foi torturado e forçado a contar quem era o pastor que havia apresentado Jesus a ele. Por isso, Juan começou a ser perseguido e ameaçado de morte por isso. Juan, Rebeca e mais de 150 pessoas deixaram suas casas por causa das ameaças crescentes.
Metade dos cristãos deslocados internos são novos convertidos. Algumas das áreas de onde os seguidores de Jesus foram forçados a sair hoje se chamam “cidades fantasmas”. Elas têm se tornado cada vez mais comuns conforme o crime organizado avança no México.
No estado de Chiapas, Sul do México, mais de três mil pessoas precisaram deixar suas casas por causa das constantes brigas por território entre as gangues. A mesma situação fez com que 100 igrejas fossem fechadas na região. O estado é conhecido pela perseguição recorrente aos cristãos indígenas.
Para Jorge Jiménez*, pesquisador da Portas Abertas no México, as medidas atuais de intervenção federal quanto aos grupos criminosos contribuíram para o fortalecimento de cartéis e gangues. A certeza de impunidade torna os criminosos mais ousados, e ele acredita que a situação pode piorar nos próximos meses, durante as eleições presidenciais no México.
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: Portas Abertas