O candidato a governador do Rio, senador Marcelo Crivella (PRB), da Coligação Crescendo com o Rio (PRB-PTN-PRTB), afirmou que é vítima de preconceito religioso dos órgãos de imprensa pela associação com a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo.

Ele argumenta que quando é chamado de bispo e não de senador, é colocado contra as pessoas de outras religiões.

No evento Sabatina na Folha, promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, Crivella afirmou que os jornalistas presentes insistiam em chamá-lo de bispo, em vez de senador.

“Não é que eu não goste que vocês me chamem de bispo, mas, quando vocês me chamam de bispo, é para colocar todas as pessoas de outras religiões como meus adversários”, disse. Na entrevista, ele não negou o passado e a atuação ativa nos quadros da Igreja Universal e até afirmou que tinha um papel importante “de politizar os evangélicos” na candidatura a governador, mas considerou que agora o papel é na área política. “Eu não sou, eu fui bispo da Igreja Universal”, disse.

Crivella disse ainda que não usa a estrutura da igreja e também da emissora de TV ligada ela, a Rede Record, de forma ilícita na campanha. O candidato da Coligação Crescendo com o Rio a governador rebateu as acusações de que teria favorecido a Record durante a passagem no Congresso. “Não fiz nenhuma lei pensando, especificamente, no povo de minha igreja”, afirmou.

Lula e corrupção

Crivella defendeu Lula das denúncias de corrupção. ‘Eu acho que o presidente foi traído como ele sempre disse que foi. Ele não sabia do mensalão. Você culparia Cristo pela traição de Judas? Acho que não.’

Segundo Crivella, Lula teria ‘pecado’ se não tivesse permitido as investigações e disse que assim como o presidente, não sabia do envolvimento do bispo Rodrigues em diversos casos de corrupção.

O candidato disse que o presidente mereceu críticas por ter sido muito rigoroso na política macroeconômica, mas que teve mais acertos que erros. ‘Nós assumimos com um déficit na balança comercial e passamos para um superávit, o dólar está caindo, o risco Brasil está muito baixo, a inflação está controlada. Fizemos tudo isso sem vender as estatais e sem aumentar a carga tributária.’

Drogas, cotas, união entre os sexos e educação

Crivella se diz contra a grande parte de questões polêmicas, como a união civil entre pessoas do mesmo sexo. O aborto é considerado por ele como uma questão que gera ‘culpa na mulher’.

Ele disse ser contra a discriminação de drogas, embora não seja a favor de o usuário ser punido como o traficante.

O senador defendeu por outro lado o regime de cotas e disse que quer que escolas próximas a regiões de risco tenham horário integral.

Vida caseira

Crivella disse que leva uma vida caseira, sem excessos. Acorda cedo e passeia na praia com a mulher. Raramente vai ao cinema e prefere ver filmes na TV, além de visitar amigos e frequentar a igreja aos domingos. Ele se considera um social-democrata.

Quando questionado sobre o porquê de ter faltado a apenas 80% das votações do Senado, ele afirmou que compareceu a votações importantes. ‘Atividade do Senado é gabinete, comissões e plenário’. Ele propôs votação pela internet no caso de parlamentares em viagem.

Fonte: estadao e Folha Online

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