A ex-senadora e missionária da Assembleia de Deus, Marina Silva (Rede) é a única evangélica entre os principais pré-candidatos à Presidência.
De forma discreta, ela mantem os seus vínculos com a igreja, mas continua firme no seu propósito de “não fazer do palanque um púlpito nem do púlpito um palanque”.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, a presidenciável tem 18% das intenções de voto entre seus pares. No cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ela é a segunda colocada, com 15% dos votos.
Já Jair Bolsonaro (PSL) lidera. Ele tem 19% das intenções de voto e chega a 22% entre evangélicos. Mesmo sendo católico, o pré-candidato ganhou o público mais conservador com as suas opiniões e propostas.
Ainda de acordo com o Datafolha, evangélicos são 32% da população brasileira, atrás apenas dos católicos (52%).
Marina foi a pelo menos duas igrejas durante viagem a São Paulo no mês de junho. Os compromissos, no entanto, não estavam na agenda. A assessoria da ex-parlamentar informou à Folha de S. Paulo que não se tratava de compromissos políticos.
Após Marina dar um testemunho para mulheres em Igreja Presbiteriana de Pinheiros (Zona Oeste), o templo foi extremamente criticado por apoiar uma candidata comunista e “abortista”, segundo fiéis.
Apesar de afirmar que os compromissos não são políticos, a líder da Rede estava acompanhada de integrantes da coordenação de sua campanha e lideranças do partido.
“Quero agradecer aos irmãos que estão orando e pedir para aqueles que ainda não começaram poder começar a partir de hoje. Temos uma grande jornada”, disse ela em discurso, fazendo alusão à eleição.
Procurado pelo jornal, Arival Casimiro, pastor que convidou Marina para discursar, não quis falar sobre as reações negativas do evento.
Marina também tem participado de culto dominical na Igreja Batista de Água Branca, na Barra Funda (Zona Oeste), liderada pelo pastor Ed René Kivitz, amigo dela e cabo eleitoral em 2010 e 2014.
Segundo a equipe da pré-candidata, o diálogo com evangélicos é frequente e deve se intensificar no período eleitoral.
Em Brasília, onde mora, Marina frequenta a Assembleia de Deus do Plano Piloto.
De acordo com pessoas próximas à ex-senadora, ela era aconselhada a não associar a sua imagem à igreja para evitar ser tachada como fundamentalista por opositores. Em público, Marina defende o estado laico e afirma que as suas crenças não vão interferir no governo.
Marina é criticada pelo seu eleitorado evangélico ao defender plebiscitos para que a população decida sobre a liberação do aborto e das drogas, apesar de ser posicionar pessoalmente contra. Sobre união do mesmo sexo, ela defende direitos igualitários, também gerando discórdia com os fiéis.
Fonte: Notícias ao Minuto