As condições de vida na Faixa de Gaza são “contrárias à dignidade humana”, disse o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal Renato Raffaele Martino, em entrevista publicada hoje pelo jornal italiano “La Repubblica”.
O membro do Vaticano reafirmou, assim, as declarações de ontem nas quais afirmou ao jornal on-line “Il Sussidiario” que a Faixa de Gaza cada vez se parece mais com um “grande campo de concentração”, e que geraram críticas de Israel.
Os meios de comunicação italianos repercutem hoje as declarações de um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores israelense, que acusou o cardeal de usar “as mesmas palavras do Hamas”.
“Que pensem o que quiserem”, disse hoje Martino ao “La Repubblica”, acrescentando que “só é preciso olhar as condições nas quais vivem as pessoas ali. Cercadas por um muro que não podem atravessar e em condições contrárias à dignidade humana”.
Além disso, o cardeal acrescentou que “o que está acontecendo nestes dias é um horror”.
Martino disse, ao responder às críticas, que não há nada em suas declarações destes dias que possa ser tachado de antiisraelense.
O cardeal, ex-núncio do Vaticano nas Nações Unidas, condenou a violência por ambas as partes, mas acrescentou: “o que se pode dizer quando se mata tantas crianças ou se bombardeia escolas das Nações Unidas, apesar de tecnologias que permitem localizar até uma formiga?”.
O cardeal acrescentou que, agora, “as duas partes têm que voltar atrás. Israel tem o direito de viver em paz e os palestinos, de ter seu próprio Estado”.
Para resolver o atual conflito, Martino indicou a possibilidade de enviar “uma força internacional de interposição” à Faixa de Gaza.
Fonte: EFE