O Ministério Público Estadual (MP/PR) entrou com processo contra o deputado estadual Pastor Edson Praczyk (PRB), a mulher dele, Rosária Tobias Praczyk e uma ex-funcionária do gabinete dele na Assembleia Legislativa, que trabalhou com ele entre 2000 e 2004. Os três são acusados de manter um esquema de contratação de funcionários “fantasmas” na Casa.

Na ação, os promotores acusam as três pessoas de cometer improbidade administrativa. O MP pede ainda que eles devolvam R$ 20 milhões aos cofres públicos. Também foi pedido o bloqueio dos bens dos acusados. Este é o segundo processo contra o deputado.

Em depoimento, a ex-funcionária Micheli Borges da Silva confirmou aos promotores que repassava parte do salário que recebia à Rosária Praczyk. Segundo ela, mesmo depois de sair do gabinete, ainda teve que fazer depósitos ilegais, a mando do deputado.

A investigação mostrou que Edson e Rosária Praczyk ficaram com partes dos salários de pelo menos 22 pessoas contratadas no gabinete. Em alguns casos, segundo os promotores, eles receberam integralmente os valores que deveriam ter ido aos servidores. Micheli era quem fazia as movimentações bancárias.

Os funcionários que deveriam ter recebido o dinheiro eram fantasmas, ou seja, não apareciam na Assembleia Legislativa para trabalhar. Segundo a denúncia, eles eram pastores ou parentes de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), congregação evangélica da qual Edson Praczyk ainda participa.

Um desses fantasmas, segundo o Ministério Público, é o ex-vereador de Curitiba, Valdemir Soares, que também é pastor na IURD. Em fevereiro deste ano, ele renunciou ao mandato, após ser flagrado votando no lugar de uma colega na Câmara de Vereadores.

A denúncia afirma que “foi criado um esquema no gabinete para desviar recursos oriundos da Assembleia Legislativa do Paraná, através da indicação, nomeação e inclusão de ‘funcionários fantasmas’ na folha de pagamento”. Segundo os promotores, esses funcionários jamais exerceram qualquer atividade na Assembleia.

O MP diz que o esquema enriqueceu os três réus. À época, foram desviados cerca de R$ 5 milhões. Além desse valor, a promotoria requisitou à Justiça que seja paga multa de R$ 15 milhões. Também foi solicitado o bloqueio dos bens de todos os envolvidos, para garantir que o dinheiro possa ser ressarcido, caso o deputado, a mulher e a ex-funcionária sejam condenados.

Com a apresentação da denúncia, caberá à Justiça decidir se aceita ou não os argumentos dos promotores. Se houver aceitação, os três podem se tornar réus na ação de improbidade. Caso o pedido do MP seja negado, todos são imediatamente absolvidos.

Em nota, os advogados do deputado e da mulher dele disseram que causa estranheza que a denúncia tenha sido apresentada tanto tempo depois dos fatos terem acontecido. A defesa diz ainda que os dois não foram citados ou informados sobre as investigações. Os advogados afirmam que em 2016 o parlamentar foi processado pela ex-funcionária, alegando os mesmos motivos. À época, Prackzyk teria sido absolvido. O casal nega as acusações.

[b]Igreja Universal
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Diferentemente do que foi informado na reportagem “MP acusa deputado de manter funcionários fantasmas”, este Departamento de Comunicação Social da Igreja Universal do Reino de Deus não foi procurado por esse jornal para se manifestar sobre o assunto.

Além disso, solicitamos que os leitores desse portal também sejam informados de que qualquer integrante do corpo eclesiástico – bispos e pastores – que decida ingressar em carreira política, obrigatoriamente, licencia-se da Igreja e passa a se ocupar exclusivamente da atividade pública.

Esclarecemos, ainda, que acompanharemos o desenrolar dos fatos. A Universal sempre procura avaliar se a conduta do pastor, ainda que licenciado, continua compatível com os preceitos éticos e morais exigidos de seus membros.

[b]Fonte: Bem Paraná[/b]

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