Mariana Gonzalez
De Universa, em São Paulo
O Ministério Público Federal encaminhou à Justiça, nesta quinta-feira, 15, uma queixa-crime feita por entidades civis contra o pastor e cantor evangélico André Valadão, que afirmou, nas redes sociais, que as igrejas não são lugar para pessoas LGBTQIA+.
A ABMLBT (Associação Brasileira de Mulheres Lésbicas, Bisexuais, Travestis e Transexuais) e o GADvS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero) protocolaram, em 29 de setembro, um pedido para que fosse aberta uma ação penal contra Valadão, por homofobia — desde o ano passado, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), a Lei Antirracismo (7717/1989) engloba também casos de homofobia e transfobia.
“Eles podem ir para um clube gay ou coisa assim, mas na igreja não dá. Esta prática não condiz com a vida da igreja. Tem muitos lugares que gays podem viver sem qualquer forma de constrangimento, mas na igreja é um lugar para quem quer viver princípios bíblicos”, escreveu André, em setembro, depois que um seguidor perguntou se a igreja deveria expulsar “dois homens que estão namorando”.
Na denúncia, as associações afirmam que Valadão “reafirmou um cenário de subjulgação, inferiorização, desumanização e exclusão dessas pessoas [LGBTQIA+] dentro de ambientes religiosos, proferindo um discurso de intolerância”.
O documento diz, ainda, que a homofobia é agravada pelo fato de o cantor ser uma liderança religiosa, com influência sobre pelo menos 90 mil membros da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, e mais de 2,5 milhões de seguidores no Instagram.
Cabe agora à Justiça Federal decidir se abrirá ou não a ação penal contra o cantor que ainda não se pronunciou.
Fonte: Universa – UOL