O ministro do Interior alemão, Wolfgang Schäuble, disse ao jornal “Bild am Sonntag” que a Igreja da Cientologia quer ganhar poder na Alemanha e reiterou sua convicção de que a organização persegue fins contrários aos princípios democráticos.
“A Cientologia trabalha também na Alemanha para ganhar poder político e influência”, disse Schäuble.
“Trata-se de uma organização inimiga da constituição. Direitos fundamentais como a dignidade humana ou o direito a um tratamento igual pretendem ser limitados ou abolidos”, acrescentou o ministro.
Para Schäuble, a arma fundamental na luta contra a Cientologia deve ser a informação e a prevenção.
Na sexta-feira, a Conferência de Ministros de Interior alemães, que reúne o titular federal e seus colegas dos 16 estados federados, concordou em estudar a possibilidade de solicitar ao Tribunal Constitucional uma proibição da Cientologia.
No entanto, segundo um relatório da revista “Der Spiegel”, no Escritório Federal para a Proteção da Constituição parece haver ceticismo a respeito das possibilidades de proibir a Cientologia.
Segundo a revista, em artigo que publica na edição da próxima semana, um relatório de especialistas do Escritório Federal da Constituição chegou à conclusão de que, embora a estrutura da Cientologia seja contrária aos princípios centrais da ordem jurídica alemã, não há argumentos suficientes para conseguir uma proibição.
Nos diferentes partidos políticos também houve reações críticas frente à possibilidade de buscar uma proibição da Cientologia.
A especialista em extremismo do grupo parlamentar da União Democrata-Cristã (CDU), Kristina Köhler, disse ao jornal “Der Tagesspiegel” que não considerava tarefa do Estado proibir o povo de envolver-se com a Cientologia.
A ex-ministra da Justiça Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, do Partido Liberal (FDP), advertiu que uma proibição da Cientologia é algo juridicamente difícil de conseguir.
Fonte: Estadão